teria desviado R$ 100 milhões 

A Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República apontaram que o fundo Consist, utilizado para desviar dinheiro de empréstimos consignados, continuou operando mesmo após a deflagração das investigações da Operação Pixuleco II, em agosto de 2015, quando o esquema operado por Paulo Bernado, ex-ministro de Planejamento e ex-secretário da Fazenda do Estado, foi descoberto.

Paulo Bernardo teria sido o maior beneficiário do esquema, que desviou R$ 100 milhões em cobrança de taxas de empréstimos consignados solicitados por servidores. O ex-ministro teria recebido R$ 7,1 milhões desses valores desviados. Ele foi preso na quinta-feira (23), durante a Operação Custo Brasil.

O esquema da Consist, empresa contratada para gerenciar o dinheiro emprestado por milhões de servidores públicos, continuou operando segundo os investigadores. “Há indícios de que havia uma permanência da organização criminosa”, declarou o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, da força-tarefa da Operação Custo Brasil.

“Mesmo após cessarem os cargos públicos, esse esquema ainda se mantém em diversos locais, uma gama de contratos ainda está em vigor e diversas pessoas têm uma força política grande”, disse o procurador. O investigador defendeu a prisão de Paulo Bernardo, por acreditar que houveram tentativas de obstruir as investigações.

A Operação Custo Brasil também pretende recuperar pelo menos parte do dinheiro perdido, conforme afirmou o procurador. “Esse valor (desviado) tem que ser recuperado. A finalidade do processo penal também é recuperar o patrimônio obtido ilicitamente. Essa é uma finalidade do processo penal e a aplicação da lei penal, nesse sentido, é de recuperar parcela desses valores”.