Bastidores de CPI criada com a promessa de ‘não doer’ em Campo Grande já preocupam os vereadores mais experientes. Segundo os alertas, tem gente prometendo o que não terá como entregar. Assim, os trabalhos podem virar ‘armadilha’ para o legislativo.
Tática que os ‘espertalhões’ tentam emplacar seria apontar o debate para Paço Municipal e blindar os empresários. No entanto, aposta é de que vai ficar impossível segurar o rojão e investigações ‘de verdade’ podem ser inevitáveis.
Além disso, trapalhadas já cometidas antes mesmo da instalação, como reuniões inadequadas cujos áudios estão devidamente gravados, prometem esquentar o clima.
Para vereadores que acompanham a questão desde outros carnavais, dessa vez os parlamentares correm risco de terminar sem agradar nem os empresários. Segundo decanos do parlamento municipal, colegas inexperientes e arrogantes estariam subestimando suposto teto de vidro.
Esquemas de blindagem esgotados
Nas últimas décadas Campo Grande passou a assistir novela repetitiva. Todo episódio que poderia incomodar era sistematicamente arrastado para o tapetão, onde invariavelmente, empresários saem com os desejos atendidos ou preservados.
Porém, a CPI deve coincidir com esgotamento do modelo que tem segurado contrato suspeitíssimo e milionário com blindagem em todos os órgãos de MS que deveriam investigar.
Em um dos mais vergonhosos episódios, quem deveria investigar e brigar pelo cumprimento da lei dispensou testemunhas cruciais e enterrou procedimentos a troco de sabe-se lá o quê.
Inclusive, ‘conselhão’ já estaria a par da atuação (ou inércia) desastrosa e vergonhosa de órgão sul-mato-grossense. Enquanto em outros estados esquema foi exposto e desmantelado, por aqui os colegas entregaram a fatura e enterraram tudo.
Afinal, existe um mensalinho?
“Quando o negócio desandar por imperícia de quem está conduzindo as conversas, os vereadores vão terminar mal com os empresários, com o povo do MP e com os usuários, ou seja, os eleitores”, alerta legislador.
Para assessores técnicos que acompanham de perto, esse medo embala a resistência da casa a oficializar uma comissão de investigação para assunto que compromete a imagem da Câmara há décadas.
“Que os vereadores de Campo Grande nunca mexeram com os empresários todo mundo sabe. O problema é se começarem a questionar nessa CPI o motivo dessa proteção. A conversa vai ficar feia porque já começa com rastros e suspeitas de mensalinho“, dispara servidor que conhece as vísceras jurídicas da Casa.
Além disso, rumores antigos, como supostos repasses suspeitos entre CNPJs que ligariam associação dos pretensos investigados a gabinetes de investigadores, desesperam alguns.
CPI já nasce com farta documentação
Apesar de toda negociação baseada na suposta promessa de que a CPI será conduzida para ‘não doer’, os trabalhos já nascem com farta documentação que dificilmente poderá ser simplesmente ignorada.
Para quem sofrem diariamente com serviços caros e de péssima qualidade, qualquer chance de discutir as supostas falcatruas que sustentam o esquema milionário é bem-vinda.
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