Dízimo em igrejas indicadas por políticos é nova opção para empresários pagarem faturas em Campo Grande. Segundo quem acompanha conversas reservadas, ideia de colocar os gazofilácios na rota da propina assustou até os corruptores.
No entanto, conversa é séria e político passou longos minutos explicando as vantagens do esquema. Assim, detalhou que desobrigações fiscais reservadas às instituições religiosas no Brasil facilitam lavar dinheiro nos CNPJs de igrejas cujas diretorias tem na mão.
Entrando como dízimo nos templos selecionados, a origem da propina fica preservada, segundo o político, “com sigilo mais garantido que o fiscal”. Porém, como conversa entre dois já não é segredo, os rumores correm entre ministros e sacerdotes campo-grandenses.
Dízimo após ‘milagre da libertação’
A princípio, conversa é de que o montante foge ao ‘normal’ porque se refere a fatura para ‘enterrar problema’ sem resolver nada. Assim, propina travestida de dízimo deve agradecer por ‘milagre da libertação’ em comissão que destila segundas intenções desde que criada.
Resta saber como o dinheiro desviado de incentivos milionários, após passar pelos abençoados caixas dos templos, acabaria no bolso de todos os beneficiados sem deixar rastros.
A tática, embora cause estranheza, não é novidade. Para tristeza dos ‘tementes a Deus’. Igrejas e templos, muitas vezes de fachada, são usados por facções criminosas e políticos para lavagem de dinheiro no Brasil.
Em Campo Grande, a inovação assusta os pretensos beneficiários pelo risco da exposição no processo de distribuição após grana passar pelas ‘gavetas da bênção’.
Assim, tem muitos gabinetes incomodadíssimos com mistério sobre valores e negociações, que já começaram com flagrantes de reuniões desencontradas e conversas truncadas. A conferir…