Pular para o conteúdo
Justiça

Justiça suspende cobrança de ‘taxa do lixo’ na fatura de água em Corumbá

Justiça alegou que a cobrança da 'taxa do lixo' com a conta de água demonstra abusividade do ponto de vista das normas consumeristas
Gabriel Neves -
taxa de lixo corumbá (1)
Imagem ilustrativa. (Foto: Divulgação, Prefeitura de Corumbá)

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decidiu pela da cobrança da ‘taxa do lixo’ junto com a fatura de água no município de . A decisão é da juíza de direito, Luiza Vieira Sá de Figueiredo.

A juíza alega que cobrança “demonstra uma situação de abusividade do ponto de vista das normas consumeristas, tendo em vista a cobrança realizada sem a anuência prévia do contribuinte”.

Do mesmo modo, Luiza Figueiredo afirma que a liminar não impede a cobrança da taxa de coleta de lixo, mas “determina que ela não pode ser cobrada conjuntamente com a fatura de água sem que haja uma autorização prévia e expressa do consumidor”.

Anteriormente, o Jornal Midiamax publicou decisões semelhantes em outros municípios após o anúncio de que a prefeitura de Corumbá passaria a realizar a cobrança da taxa em conjunto com a fatura de água.

A prefeitura alega que a medida é amparada pela Lei Federal nº 14.026 – conhecida como o “Marco do Saneamento Básico”, aprovada em 2020.

Vale lembrar que o município a taxa desde 2006, anteriormente através do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). A Câmara Municipal aprovou a mudança na cobrança no ano passado.

Prefeitura se ampara em Lei Federal para cobrar taxa de lixo

De acordo com a presidente da Comissão de Assuntos Tributários da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul), Janaina Galeano Silva, a Lei Federal nº 14.026 ampara a cobrança.

“A Lei 14.026/2020, que alterou o art. 35 da Lei 11.445/2007, prevê a possibilidade [da taxa] ser cobrada em serviços públicos”, explicou a advogada.

Entretanto, a cobrança só é valida em casos de convênio ou autorização legal, afirmou Janaina.

Conforme a Prefeitura de Corumbá, teria sido firmado convênio com a Sanesul, o que tornaria a cobrança legal.

“Ocorre que, em tese, essa previsão legal de autorizar a cobrança não impede o questionado no judiciário, porque já existem decisões no sentido de que não é possível a cobrança da taxa de forma conjunta com o consumo de água”, disse a advogada.

Janaina se refere a decisões do que consideraram a cobrança conjunta como ‘venda casada’.

“Existe uma previsão legal. Conforme noticiado no site da prefeitura, existe um convênio com a Sanesul. Todavia, assunto como este já foi questionado e pode ser questionado novamente, uma vez que, conforme entendimento em julgado, esse tipo de cobrança viola o código de defesa do consumidor”, resumiu a profissional.

Vale lembrar que as decisões contrárias à cobrança da taxa de lixo em conjunto com a fatura de água ocorreram em situação similar, mas em outros municípios.

Compartilhe

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados