Ele tomou posse como desembargador na vaga correspondente ao quinto constitucional reservada aos advogados em 1987 e com ele foram empossados também para o cargo de desembargador José Augusto de Souza, Rubens Bergonzi Bossay, Alécio Antonio Tamiozzo e José Carlos Correa de Castro Alvim – desde então, vem atuando na distribuição da justiça.

Apesar do ar sério e compenetrado, Claudionor confessa que nunca imaginou que seria magistrado. Foi empossado no dia do aniversário, quando o Tribunal de Justiça tinha apenas 11 desembargadores, e sua vida mudou completamente. Decano dos 35 desembargadores sul-mato-grossenses, ele só não é o mais antigo em atividade no Brasil porque uma desembargadora do TJAC ingressou naquela Corte em 1984.

“Mas sou o desembargador com mais tempo no exercício, oriundo do quinto constitucional, na magistratura nacional. De todos os desembargadores que judicaram no TJ desde sua criação, só não atuei com os três primeiros (Leão Neto do Carmo, Jesus de Oliveira Sobrinho e Sérgio Martins Sobrinho – com quem convivi enquanto advogava). Trabalhei com todos os outros”, contou o decano.

Claudionor foi Corregedor-Geral de Justiça, no biênio 1993/1994; vice-presidente e corregedor do TRE/MS, no biênio 2001/2002; presidiu o TRE/MS no biênio 2003/2004; e presidiu o Tribunal de Justiça no biênio 2005/2006. Integra o Órgão Especial, a 1ª Seção Cível e a 3ª Câmara Cível. No Judiciário foi também Diretor-Geral da Escola Superior da Magistratura em 2001/2002. Presidiu ainda a OAB/MS no biênio 1985/1986.

Suas melhores lembranças são da infância: foi criado na beira do rio Paraguai, ajudando os pais. Ele admite que teve uma infância muito bonita, mas com muita disciplina familiar e respeito à hierarquia. O pai foi um líder da comunidade e ainda hoje é muito conhecido. Seu Nonô, como é carinhosamente chamado, foi juiz de paz.

Questionado sobre o que mais o satisfaz nesse mister de julgar, o decano não titubeou em responder: atender as pessoas. “Atender bem, com alegria, e saber que no final do dia posso descansar com o sentimento de dever cumprido. Alguns processos são marcantes e nos preocupam, mas a voz e a decisão mais sábias são do colegiado, ainda que eu seja vencido. O que vale é a autoridade do argumento”, concluiu.