Após forte pressão, a Procuradoria da África do Sul decidiu retirar as acusações de assassinato contra os 270 mineiros pelo massacre em Marikana e liberou cerca de 50 trabalhadores que estavam presos desde meados de agosto. A expectativa é que outras 50 pessoas sejam libertadas até quarta-feira.

Os operários saíram sem pagar fiança e devem se apresentar à Justiça em fevereiro de 2013. A Procuradoria da África do Sul afirmou que todas as denúncias seriam suspensas de maneira provisória até a conclusão do inquérito judicial, aberto para investigar as causas do massacre que deixou 34 mortos em uma mina de platina.

As acusações são baseadas em uma lei da época do apartheid, regime racista imposto pela minoria branca sul-africana até 1994, que responsabiliza todos os participantes de um protesto ou greve pelas mortes que ocorrerem neles.

O massacre em Marikana, a 200 km de Johanesburgo, foi considerado um dos piores episódios de violência desde o fim do regime do apartheid (1948-1994). Na ocasião, a polícia abriu fogo contra trabalhadores que participavam de uma greve e matou 34. Os mineiros, armados com paus e facões, pediam aumentos salariais e organizavam um protesto.

Aurora

Nesta segunda-feira, em mais um dia de tensões, quatro operários de uma mina de ouro em Aurora, a 168 km da Cidade do Cabo, foram feridos com balas de borracha. Segundo a polícia, seguranças locais tentaram dispersar um confronto entre grevistas e não grevistas.

Os disparos desta segunda-feira foram feitos em uma mina operada por uma empresa da qual o sobrinho do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e o neto do ex-presidente Nelson Mandela, Zondwa, são acionistas. Os mineiros também estão envolvidos em uma disputa salarial com a empresa.