O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), cobrou serenidade das autoridades brasileiras após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na tarde de ontem (4).
Na visão de Riedel, a medida representa “excessos judiciais” que implicam na escalada da tensão política e jurídica no país.
“Nada disso ajuda os brasileiros neste momento de grandes e graves incertezas econômicas e só compromete ainda mais a pacificação do país. Precisamos pensar menos em política e mais no país agora. E o Brasil real precisa da normalidade institucional para superar os inúmeros desafios de um país ainda muito injusto e desigual. Que voltem urgente a serenidade e o bom senso”, cobrou o chefe do Executivo de MS.
Eduardo Riedel está em viagem oficial à China, buscando ampliar as relações comerciais com o país asiático. Segundo ele, trata-se de esforços para encontrar saídas para as exportações de produtos de Mato Grosso do Sul, atingidos pelas taxações norte-americanas e pela crise político-institucional entre os dois países.
“A responsabilidade pública e o esforço de todos agora devem ser na direção de flexibilizar e reduzir as tensões, retomando progressivamente o diálogo e não o contrário”, aconselhou.
Ex-presidente preso
Jair Bolsonaro (PL) teve as medidas restritivas progredidas em prisão domiciliar na tarde desta segunda-feira (4). A decisão do ministro Alexandre de Moraes ocorre após o político descumprir as medidas cautelares impostas após a operação da Polícia Federal em 18 de julho, como a proibição de uso de redes sociais para incentivar ataques à Suprema Corte.
Entre as medidas implicadas ao ex-presidente está o uso de tornozeleira eletrônica; proibição de visitas, (exceto por familiares próximos e advogados) e recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.
De acordo com Moraes, a prisão domiciliar foi motivada por participação remota de Bolsonaro em manifestações no domingo (3) através de videochamada com os filhos e com o deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira (PL).
Segundo o magistrado, “o réu se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e consciente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo tribunal Federal”.
Fez chamada com manifestantes em Dourados
O ex-presidente também participou do ato pró-anistia realizado em Dourados, por telefone. Em uma videochamada feita pelo deputado federal por Mato Grosso do Sul, Rodolfo Nogueira (PL), Bolsonaro viu seus apoiadores por vídeo, ao vivo.
No município, o ato reuniu eleitores na principal via do município, a Avenida Marcelino Pires. Segundo informações levantadas pelo Jornal Midiamax, veículos e manifestantes ocuparam mais de 15 quadras da via em deslocamento na carreata.
Na decisão que determinou a progressão das restrições ao ex-presidente, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que a “Justiça é cega, mas não é tola”.
“Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Bolsonaro, pois o réu produziu material para publicação nas redes sociais de seus três filhos e de todos os seus seguidores e apoiadores políticos, com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e apoio, ostensivo, à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”, afirmou Moraes em decisão.

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