Os vereadores de Campo Grande podem derrubar o veto da Prefeitura ao projeto conhecido como “Ar no Busão” na próxima semana. A matéria vetada prevê a compra de ônibus novos somente com ar-condicionado.
O contrato original do Consórcio Guaicurus, firmado em 2012, não previa a obrigatoriedade do recurso nos veículos, ficando sujeito à negociação entre o Executivo e o grupo de empresas que explora o serviço.
A expectativa é de que o projeto retorne para a Casa de Leis e o veto seja apreciado neste segundo semestre. A falta de ar-condicionado é uma das principais reclamações dos passageiros de ônibus em Campo Grande.
Em uma cidade que sofre sucessivas ondas de calor e em que a sensação térmica pode ultrapassar os 40ºC, a falta do recurso de refrigeração impõe aos usuários um intenso desconforto térmico, em viagens que às vezes levam mais de 1 hora.
Autor do projeto PL (Projeto de Lei) n. 11.636/2025, o vereador Landmark Rios (PT) afirmou que a matéria volta ao plenário para possível derrubada do veto. Disse que foi informado na sexta-feira (15) que o veto passaria por votação na terça-feira (19).
O projeto foi aprovado com 21 votos favoráveis e 3 contrários na Câmara de Vereadores, em 26 de junho. A discussão ocorreu em meio à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus, que apontou diversas falhas na prestação de serviço para a população.
O projeto original apresentava a instalação de ar-condicionado em todos os ônibus da frota, mas, após reunião com o presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, com a presença do vereador Beto Avelar (PP) — líder da prefeita na Câmara de Vereadores —, foi informado que essa readequação da frota geraria um custo elevado, tanto para o Consórcio quanto para a Prefeitura.
Diante disso, o projeto foi ajustado para exigir o ar-condicionado apenas nos ônibus novos. De acordo com a empresa, essa seria uma medida viável, já que os veículos adquiridos são feitos “sob-medida” e já podem vir de fábrica com o recurso.
Vereadores articulam derrubada do veto
Ônibus em Campo Grande acumulam irregularidades Além de passar calor, usuários sofrem com as goteiras em ônibus de Campo Grande.
O projeto surgiu na Câmara Municipal com o vereador Landmark Rios (PT) e uniu forças contrárias politicamente: Partido dos Trabalhadores e Partido Liberal.
Além disso, o texto teve coautoria de sete vereadores de diferentes partidos, dentre os quais Jean Ferreira (PT), Luiza Ribeiro (PT), Rafael Tavares (PL), Ana Portela (PL), André Salineiro (PL), Ronilço Guerreiro (Podemos) e Wilson Lands (Avante).
A Prefeitura de Campo Grande justificou o veto integral ao projeto de lei alegando vício de iniciativa — ou seja, a competência seria da Prefeitura em propor a mudança — e falta de estimativa do impacto econômico-financeiro aos cofres públicos. O parecer jurídico da Câmara de Vereadores também havia se manifestado contra a tramitação do projeto.
Ao Midiamax, o vereador Landmark Rios explicou que o estudo de impacto financeiro, no processo legislativo, pode ser solicitado ou complementado ao longo da tramitação. Inclusive, a própria Prefeitura poderia colaborar com as informações, uma vez que se trata de concessões públicas e contratos já em vigor.
O vereador também apontou que a aprovação do projeto foi uma forma de manifestar, em nome da população, que essa pauta precisa sair do papel.
“O importante é que essa demanda da população não seja ignorada. Climatizar os ônibus não é luxo — é uma ação que impacta diretamente a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida de quem depende do transporte público diariamente”, indica.
Por fim, apontou ao Midiamax que apesar de articulação para derrubada, poderá encontrar resistência na votação.
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