Durante coletiva de imprensa no Fórum LIDE COP-30, em Bonito (MS), o ex-presidente Michel Temer defendeu a polarização política como parte fundamental da democracia, mas condenou a radicalização. Ele ainda classificou como “pouco civilizado” o recente episódio envolvendo a ministra Marina Silva no Senado Federal.
Ao ser provocado sobre o impacto da polarização na pauta ambiental, Temer destacou sua visão sobre distinção do termo com a radicalização.
“Em primeiro lugar, eu não sou contra a polarização. Polarização de ideias, de sistemas, de programas de governo. Entre eles, evidentemente, a questão do meio ambiente, que vem sendo tratada muito adequadamente”, afirmou.
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Para o ex-presidente, o verdadeiro problema está na radicalização, que segundo ele são comportamentos que extrapolam os limites da Constituição Federal.
Temer destacou que a oposição, numa democracia, existe para fiscalizar, contraditar, contrariar. “A radicalização, ou seja, brasileiro contra brasileiro, instituição contra instituição, corporação contra outra corporação, é inadmissível e intolerável”, frisou.
Para o emebedista, o Fórum LIDE COP-30, realizado em Bonito/MS nesta sexta-feira (30/05), evidencia a tendência de agregar todos em torno do meio ambiente.”
Ao ser provocado sobre o recente embate entre a ministra Marina Silva e senadores governistas, Temer considerou como “pouco civilizado”.
“Confesso que, sem embargo de eventuais contestações que possam haver à ministra do governo, a delicadeza nas palavras, e não é porque é mulher, é delicadeza na palavra sem questão de gênero, delicadeza na palavra, portanto, civilidade política importante. Eu confesso que não aprovei aquele gesto. As pessoas devem tomar muito cuidado com as palavras, porque as palavras são venenosas. Elas, muitas vezes, dividem o país”, afirmou.
Marina no Senado
O episódio envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no Senado Federal ocorreu durante uma audiência na Comissão de Infraestrutura, na terça-feira (27/05), e ganhou repercussão nacional pelo tom do encontro. Diante da hostilidade, a chefe da pasta chegou a deixar a comissão.
Na ocasião, Marina foi chamada para prestar esclarecimentos sobre o licenciamento ambiental de grandes obras, incluindo a polêmica da BR-319 e empreendimentos de energia.
A sessão foi marcada por interrupções constantes, críticas e supostas tentativas de constrangimento, principalmente por parte de senadores ligados à bancada ruralista e também aliados do governo que demonstraram insatisfação com o ritmo da pasta ambiental.
Em meio ao clima hostil, Marina não recuou e defendeu o papel técnico do ministério, alertando para o risco de flexibilizações legais que colocariam em xeque os compromissos climáticos assumidos pelo Brasil.
Apesar disso, a sessão virou símbolo da fragilidade política da ministra dentro do próprio governo, diante da pressão por concessões ambientais em nome do crescimento econômico.
O ápice do encontro foi quando o presidente da comissão, Marcos Rogério (PL-RO), determinou que a ministra “se colocasse em seu lugar”. Em seguida, Marina Silva retrucou alegando não tolerar o tratamento oferecido, e que não se coloca em posição de submissão.
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