A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) confirmou nesta terça-feira (17), durante agenda do lançamento de obras de ampliação de aeroportos em Mato Grosso do Sul, que está sob escolta policial após receber ameaças em razão de sua atuação na CPI das Bets.
Ao Midiamax, ela confirmou ameaças por parte de setores ligados ao ‘submundo das apostas’ e também de organizações criminosas que se utilizam do mercado financeiro para lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação.
Desde o encerramento da CPI, Soraya circula acompanhada de duas policiais armadas. Há também homens na equipe de segurança. A parlamentar afirma que todas as informações sobre as ameaças foram repassadas à Polícia Federal, com relato direto ao diretor-geral da instituição.
Ela explica que, durante a CPI, as ameaças não vinham apenas de forma direta. Também recebeu reações veladas e indiretas, especialmente de empresas de apostas e das chamadas IPs — instituições de pagamento que, por operarem fora do controle do Banco Central, dificultam o rastreamento de movimentações financeiras suspeitas.
O encerramento da CPI sem aprovação do relatório, situação considerada atípica no Congresso, não reduziu o clima de tensão.
“Eu vejo que isso, na verdade, elevou o patamar e mostrou o real risco que nós estamos passando”‘, afirmou.
A senadora destaca que, embora o setor das apostas tenha hoje regulamentações em vigor, ainda há operadores que atuam na irregularidade, evitando licenciamento e operando de maneira clandestina, em total desvantagem para quem busca seguir a legislação. Soraya relata, ainda, que se surpreendeu com a dimensão do problema.
“O crime organizado é extremamente envolvido nessa trama, porque ali virou um meio fácil para se lavar dinheiro, para evasão de divisas, para sonegação. Então, foi pesado, porque, tipo, máfia não dá. E eu confesso que eu vi a parte social e, no começo, eu não imaginava que seria tão pesado e tão difícil”, afirmou.
Apesar do arquivamento do relatório, Soraya afirma que seguirá com as entregas aos órgãos fiscalizadores. A parlamentar já está com agenda marcada para protocolar toda a documentação coletada durante a CPI junto às autoridades competentes, incluindo material sigiloso e informações que envolvem, inclusive, pessoas com prerrogativa de função, ou seja, autoridades com foro privilegiado ocupantes de cargos políticos.
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