A ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet, acompanhou nesta quinta-feira (8) o leilão de concessão da Rota da Celulose, que integra diversas rodovias em Mato Grosso do Sul usadas pelo transporte da matéria-prima do papel.
Na ocasião, ela citou que a Rota da Celulose é de interesse nacional, pois vai aproximar o Brasil do seu maior parceiro comercial: a China. “Quando a gente fala dessa rota da celulose, ela não é uma rota que interessa só Mato Grosso do Sul, ela é uma rota que vai interligar o Atlântico ao Pacífico”, afirmou a ministra.
“Portanto, é uma rota nacional do interesse do estado de São Paulo, do Porto de Santos, do interior de São Paulo, Mato Grosso do Sul, passando pelo Paraguai, pela Argentina e pelo Chile para chegar no nosso maior parceiro comercial, que é a China, muito mais rápido. “, completou Tebet durante coletiva de imprensa na B3, em São Paulo.
A ministra de Lula (PT) também ressaltou que a rota faz parte de “um projeto ainda maior, que também é a Rota Bioceânica”. O Consórcio K&G, liderado pela corretora Galápagos com a KInfra, venceu o certame e vai administrar as rotas por 10 anos com incentivo de R$ 10 bilhões do Governo de MS e investimento de R$ 217 milhões.
Serão concedidos 870,3 quilômetros da Rota da Celulose, que ganhou esse nome por ser formada por rodovias importantes para a cadeia produtiva da celulose no Mato Grosso do Sul. O trecho contempla extensões das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e das federais BR-262 e BR-267.
Ademais, a concessão prevê recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário pelo prazo da concessão.

Rota Bioceânica de Capricórnio
A BR-267 e trechos da BR-262 fazem parte da Rota de Integração Sul-Americana 4, a Rota Bioceânica de Capricórnio, que liga os portos brasileiros nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, aos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, no Chile, num percurso de mais de 2 mil quilômetros.
Tebet havia dito em ocasião anterior que as obras estratégicas no lado brasileiro já estão previstas no Novo PAC e têm orçamento assegurado. A principal delas, a ponte binacional entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta (Paraguai), estará pronta até maio de 2026.
Segundo a ministra, as obras promoverão maior integração entre os países da região e um novo canal de comércio entre o Brasil e a Ásia. Com aduanas integradas e logística racionalizada, disse Tebet, os custos com transporte poderão cair até dez vezes em relação ao modelo atual.
Rota da Celulose
O plano da Rota da Celulose prevê R$ 10,1 bilhões em investimentos, sendo R$ 6,9 bilhões em capex e R$ 3,2 bilhões para despesas operacionais ao longo de 30 anos de contrato.
Entretanto, após a falta de interessados na primeira tentativa de leiloar a Rota da Celulose, em dezembro do ano passado, o projeto passou por alguns ajustes no edital. Entre eles, um modelo econômico-financeiro que reduz os investimentos obrigatórios durante os primeiros quatro anos de operação, uma das demandas apresentadas pela iniciativa privada.
A projeção de receita dos 20 anos de operação também acabou alterada. A concessionária deverá duplicar 115 km de rodovias, construir 457 km de acostamentos e 245 km de terceiras faixas, além de 12 km de vias marginais.
Ademais, serão implantados 38 km de contornos urbanos, 25 acessos, 22 passagens de fauna e 20 alargamentos de pontes. Estão contempladas ainda obras de arte especiais, estruturas como pontes e passarelas, totalizando 3.780 m².

Pedágio
O novo modelo de concessão considera a instalação de 12 praças de pedágio nos trechos.
São eles:
- 1 em Três Lagoas
- 1 em Água Clara,
- 1 em Nova Andradina
- 1 em Nova Alvorada do Sul
- 2 em Ribas do Rio Pardo
- 2 em Campo Grande
- 2 em Santa Rita do Pardo
- 2 em Bataguassu
Entre as novidades, a concessão deve aderir a pórticos de cobrança de pedágio automático chamada de Free-Flow. Em relação, a tarifa quilométrica, o projeto reajustou para R$ 0,19 por quilômetro em pistas simples e R$ 0,26 para pista dupla.
Além disso, para composição da política tarifária foram adotados os parâmetros de diferenciação de tarifa entre as de pista simples e de pista dupla (40% superior).
Descontos
A cobrança de pedágio será 100% eletrônica (sistema free-flow) com desconto de 5% na tarifa para usuários optantes pelo sistema de tag válido (AVI), e descontos progressivos de até 20% da tarifa para veículos de passeio conforme a frequência e isenção de cobrança para motocicletas.
A intenção é entregar as rodovias que formam a rota para a iniciativa privada com o intuito de economizar nos investimentos e promover melhorias. Com isso, quer alavancar ainda mais a região leste do Estado.
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