O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore – Nelore MS, Paulo César de Matos, usou a tribuna da Câmara de Campo Grande para relatar sobre os impactos do tarifaço de 50% de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, o qual já está em vigor há uma semana.
Paulo foi convidado pelo vereador Landmark, do PT, e explica que o setor foi impactado, mas já está buscando alternativas para exportação. Ele adianta também que, caso não aconteça um recuo na norma, quem perde é o país norte-americano.
“A gente tem uma preocupação, pois o mercado americano é importante e demorou para nossa carne chegar lá. De 2023 para cá, o Brasil estava tendo êxito na exportação. A nossa carne é de qualidade e a mais barata do mundo. A nossa é US$ 52 e a dos Estados Unidos é US$ 120. Portanto, uma carne de qualidade e pela metade do preço, acredito que os EUA não vão abdicar por conta da tarifa ou eles vão pagar mais caro”, disse Paulo.
Ele passou dados sobre a produção, valores e exportação, esclarecendo que o tarifaço imposto por Donald Trump a alguns produtos brasileiros não causa impactos tão significativos, como foi alardeado, aos produtores de carne do nosso estado.
“Eles precisam comprar a nossa carne. A nossa carne é importante para o mercado americano, para o consumidor americano. Essa tarifa, dentro dos estudos que fizemos, impacta mais o mercado americano do que o nacional, até porque temos novos mercados. O Brasil abre novas frentes em função de todo o trabalho executado pelos nossos produtores, fazendo esse crescimento”, esclareceu Paulo Matos. O primeiro enfrentamento foi em relação às indústrias, para não reduzir o preço ao produtor, com base em dados da Associação.
Ele falou da confiança na produção e do mercado de exportação aquecido. “O Brasil já exportou, esse ano, 17% a mais que o período homólogo e ainda com ganho dos exportadores de 25% de acréscimo do preço da tonelada exportada, comparado com 2024. Então, nós acreditamos que, em função dos avanços na produção, da qualidade da carne produzida e de novos mercados, o impacto possa ser pouco significativo. Lógico, sem deixar de levar em consideração que o mercado americano é um mercado importante e apostamos que o tarifaço possa ser revertido”, afirmou.
O rebanho dos Estados Unidos chega hoje a 80 milhões de cabeças, enquanto o Brasil alcança 200 milhões. Ele informou que a raça nelore representa, em Mato Grosso do Sul e no Brasil, 90% do rebanho. O país produz 10 milhões de toneladas de carne, todos os anos. Só no Estado são gerados 148 mil empregos. Matos lembrou ainda a relevância de Mato Grosso do Sul como referência de produção e melhoramento tecnológico e genético, contribuindo para os recordes de exportação alcançados. Ele enfatizou o papel da Câmara, agindo de forma plural, antenada no assunto e respaldando o trabalho dos produtores.
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