O número de parlamentares da bancada federal de Mato Grosso do Sul que assinaram o pedido de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) subiu para sete. São duas senadoras e cinco deputados de MS favoráveis à investigação de fraudes que somam R$ 6,3 bilhões em desvios.
A última a assinar o pedido é a senadora Soraya Thronicke (Podemos), nesta sexta-feira (9). A parlamentar disse que “é hora de dar nome aos responsáveis e cobrar justiça. Não é apenas uma questão técnica — é uma tragédia humana”, destacou.
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Assim, comentou que “milhares de aposentados estão sendo roubados sem nem saber. Descontos indevidos estão tirando deles o pouco que têm, deixando muitos sem dinheiro para comprar remédios ou até comida. O resultado? Depressão, abandono e sofrimento”.
A senadora Tereza Cristina (PP) foi a primeira da bancada de MS no Senado a apoiar a investigação. Além disso, deputados federais sul-mato-grossenses pedem investigação sobre fraudes no INSS.
O pedido estava aberto para assinaturas apenas dos deputados federais até 30 de abril. Além de Resende, os outros deputados federais de Mato Grosso do Sul que assinaram o documento foram Rodolfo Nogueira (PL), Luiz Ovando (PP), Marcos Pollon (PL), Beto Pereira (PSDB) e Geraldo Resende (PSDB).
Operação em MS
As investigações da Operação ‘Sem Desconto’ identificaram que 72% das entidades não possuíam estruturas operacionais para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários do INSS. Além de não entregarem as documentações necessárias. Estima-se que o prejuízo chegue a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A operação, deflagrada na manhã de 23 de abril, visa combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS. Assim, nas investigações, iniciadas em 2023 pela CGU (Controladoria-Geral da União), 1,3 mil aposentados passaram por entrevista. Boa parte deles não sabia que havia descontos em suas folhas de pagamento.
“Mais de 90% deles não reconheciam ter autorizado esses descontos. Inclusive, alguns só ficaram sabendo que estavam sendo descontados durante a entrevista”, disse o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho.
Por fim, foram 211 mandados de busca e apreensão, além de seis mandados de prisão temporária – sendo três cumpridos e três alvos foragidos – nos estados de Mato Grosso do Sul, Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, além do Distrito Federal.