Antes da viagem já agendada para os Estados Unidos, a qual está sendo criticada pela família Bolsonaro, o senador Nelsinho Trad (PSD) participou, nesta quinta-feira (24), de reunião com representantes da AmCham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), conduzida pelo CEO da entidade, Abrão Neto. Também esteve presente a senadora Tereza Cristina (PP), braço direito e ex-ministra do ex-presidente Bolsonaro (PL).
Segundo Nelsinho, durante o encontro, os parlamentares manifestaram apoio à atuação da AmCham e destacaram a importância de iniciativas que promovam o diálogo entre os setores público e privado diante de temas sensíveis à relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Em contrapartida, a AmCham apoiou a criação da CTEUA (Comissão Temporária sobre as Relações Econômicas Brasil-EUA).
Empresas brasileiras, como a Embraer, e norte-americanas, como Meta e MasterCard, também participaram da reunião e defenderam uma pronta resolução para o tema em pauta, alertando para os potenciais impactos negativos sobre as excelentes relações econômicas bilaterais.
“Cada setor afetado falou das suas particularidades e dos impactos na cadeia produtiva. Ouvimos todos eles, além da Mastercard, também podemos citar o setor da celulose, sucroalcooleiro, frutas, pescados, couro, proteínas animais e, em resumo, o que está ruim pode ficar ainda pior”, alertou o senador.
Bolsonaristas criticam viagem dos senadores
A família Bolsonaro fez duras críticas à viagem da comitiva, a qual tem Tereza Cristina como membro. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) chegou a afirmar que não “haverá recuo” na decisão dos Estados Unidos em taxar todos os produtos brasileiros em 50%.
“Me desculpe, até colegas de partido estão fazendo uma delegação para vir aqui junto com parlamentares do PT. Não vão conseguir resolver nada, a nossa embaixadora não é recebida aqui, o (vice-presidente Geraldo) Alckmin não tem interlocução aqui, e eu adianto para vocês, não haverá recuo. A minha sugestão é: deixem o Congresso votar a anistia. Se quiserem sacrificar o País inteiro, achando que vale a pena”, disse o deputado.
Viagem aos Estados Unidos
A quase uma semana para entrar em vigor o ‘tarifaço’ sobre as exportações brasileiras, o Senado Federal envia, neste fim de semana, a comitiva oficial aos Estados Unidos visando reforçar o diálogo político entre os dois países, em meio ao agravamento das tensões comerciais que se acirraram nas últimas semanas.
A missão, organizada pelo presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores), senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad, foi aprovada por unanimidade pelo Plenário da Casa e terá compromissos em Washington de segunda (28) a quarta-feira (30). As tarifas determinadas por Donald Trump estão previstas para iniciarem em 1° de agosto.
“O foco é demonstrar a disposição do Legislativo brasileiro em fortalecer a interlocução bilateral e construir pontes institucionais em resposta ao cenário de incertezas”, detalha comunicado à imprensa.
Segundo o senador Nelsinho Trad, que lidera a delegação, a missão tem caráter suprapartidário e busca uma resposta institucional diante da crise. “Preservar empregos. Este é o nosso norte”, afirmou. “Não viemos aqui para confrontar. Viemos para conversar”, completou o parlamentar sul-mato-grossense.
A delegação conta ainda com os senadores Tereza Cristina (PP-MS), Jaques Wagner (PT-BA), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC).
A movimentação do parlamento ocorre paralelamente às ações do Executivo. Nesta quinta-feira (24), o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, revelou ter conversado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em uma ligação de quase 50 minutos no sábado (19).
Segundo Alckmin, o governo brasileiro tem buscado uma agenda de negociação sem contaminação política ou ideológica, com foco em soluções econômicas e produtivas.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante evento em Minas Gerais, criticou a postura do presidente norte-americano Donald Trump, que segundo ele “não quer conversar”.
Lula afirmou que o Brasil está pronto para negociar, mas que não recebeu retorno formal às propostas enviadas em maio. O presidente reiterou que, caso as tarifas entrem em vigor no dia 1º de agosto, o país poderá adotar medidas de reciprocidade.
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