Enquanto dispensa oitiva com o dono das empresas que comandam o transporte coletivo em Campo Grande, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Consórcio Guaicurus já gastou mais de R$ 100 mil com contratos com escritórios de advocacia e contábil. Assim, a Comissão segue para as últimas etapas de investigação e ainda não aponta resultados prévios.
“Nós deliberamos hoje que havendo necessidade nós vamos convocá-lo [Constantino]. Nesse momento, como a gente tem um cronograma fechado de execução, a gente não vê nesse momento a importância dessa oitiva dele”, justificou o presidente da Comissão, Lívio Leite (União).
A declaração confirma o posicionamento do presidente, que minimizou a falta de Paulo Constantino em oitiva já convocada anteriormente.
“Particularmente, não vejo como um grande prejuízo essa ausência temporária”, disse Lívio logo após Constantino faltar a CPI. O vereador apontou que “quanto maior é o cargo do profissional, menos ele entende dos detalhes mais específicos que muitas vezes nos interessa”.
Contudo, após o vereador Coringa (MDB) pontuar que não houve descarte definitivo, Lívio fez ressalva: “É, nós não descartamos, porque a gente tem um cronograma fechado para gente fazer”.
Então, apontou que se a relatora, Ana Portela (PL), precisar da oitiva, Constantino poderá ser chamado.
Contratação
O presidente do colegiado afirmou que as contratações estão em andamento. Os escritórios deverão auxiliar a relatora da CPI. “A gente já começou a fazer os processos de contratação, um escritório jurídico. A CPI solicitou. E um escritório contábil, são milhares de páginas para o fechamento do relatório, acho muito necessário”, disse Lívio.
“Fizemos alguns orçamentos e contratamos um escritório de advocacia e um de contabilidade. Não vou saber o valor exato, mas penso que passou dos R$ 100 mil os dois juntos. É um pagamento só, um único trabalho”, apontou o presidente da Mesa Diretora, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB). Contudo, não informou o nome das empresas contratadas quando questionado pela reportagem.
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Resultados
Além disso, Lívio afirmou que a população não verá resultados da CPI até o momento. “Na verdade, talvez a população não sinta nesse momento o resultado prático dessa CPI”.
Lívio disse que a CPI confirmou “número significativo de ônibus velho que precisa ser trocado”. Assim, quando as empresas cumprirem a parte do contrato, a população “vai começar a sentir realmente”.
Porém, os resultados palpáveis podem ser distantes. Isso porque as empresas insistem em criar barreiras para a troca dos ônibus e instalação de ar-condicionado.
Apesar disso, Lívio demonstrou animação sobre depoimento de aumento de multas ao Consórcio. “Quando você ouve um diretor do Consórcio, que ficou dez anos à frente do Consórcio, dizer que a fiscalização aumentou desde que a CPI foi instaurada, isso já é um ganho prático”.
“Quando você vê as agências se movimentando também para melhorar os seus processos, as multas em cima do Consórcio foram aplicadas, a gente tem um resultado prático”, pontuo. No entanto, confirmou que as melhorias ao usuário ainda são ‘impalpáveis’. “É claro, a população só vai entender esse resultado de maneira efetiva quando a gente apresentar um relatório robusto”, justificou.
Fugiu de CPI
Sócio-proprietário do Consórcio Guaicurus, Paulo Constantino entregou atestado para fugir da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o transporte público em Campo Grande. O dono das empresas investigadas participaria de oitiva na Câmara de Campo Grande na quarta-feira (18).
O atestado entregue é de oftalmologista. “Poderia ter vindo, tem oftalmologista nesta CPI”, disse o presidente da Comissão, vereador Lívio Leite (União).
“Na verdade, ele reside em outra cidade, justamente por isso não veio. Gostaria de reforçar em nome do sr. Paulo que o representante, o gestor dos acionistas, é o Themis. De modo que as informações seriam redundantes”, disse o advogado em defesa de Constantino.
Logo em seguida, Felipe Barbosa da Silva, o advogado do Consórcio, pediu que Constantino seja liberado de demais convocações para oitiva na CPI do Consórcio.
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