A exclusão de parte dos políticos do PSDB em reuniões importantes sobre os rumos da sigla gerou insatisfação entre os filiados. Entre elas, está o encontro com o presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, na última segunda-feira (18), em que se discutiu passar o comando do PSDB para os deputados federais após a saída dos líderes Eduardo Riedel para o PP, e de Reinaldo Azambuja, para o PL.
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O deputado estadual Pedro Arlei Caravina (PSDB) mostrou indignação com a falta de convite aos deputados estaduais para participarem da reunião com Perillo. Em coletiva de imprensa, o ex-governador de Goiás reforçou o apoio aos congressistas e prometeu orçamento para as eleições em 2026.
“O que não está dentro da previsibilidade é a direção nacional do PSDB vir a Campo Grande e não falar com nenhum deputado estadual, a diretoria estadual também não reunir, a gente ficar sabendo dos acontecimentos pela imprensa. Isso está errado”, criticou Caravina.
O parlamentar, que já foi secretário de Governo de Riedel, disse que não foi comunicado oficialmente sobre a intenção de criar uma nominata para passar a direção estadual do partido aos três deputados federais — Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira. Essa seria uma configuração que ele critica, já que, para ele, a direção precisa ficar sob a responsabilidade de uma pessoa.
“O PSDB no Mato Grosso do Sul não pode ser tratado da mesma forma que o PSDB do resto do país porque aqui nós temos seis deputados estaduais e ninguém foi chamado. Nós temos 300 vereadores, então é um partido robusto na sua base também […] então, não dá nem para falar sobre o que é isso, assumir o comando, porque não existe comando de três. Comando tem que ser de alguém, tem que decidir quem vai tomar a frente”, apontou.
O deputado fala em “falta de consideração” das diretorias nacional e estadual, visto que são seis deputados estaduais e 300 vereadores em todo Estado.
“A gente sabe que os três [deputados] federais pautam a questão do fundo partidário, mas partido não é só fundo partidário. Partido é programação, é discurso pragmático, é a forma de agir”, defende.
Os deputados estaduais conversam sobre marcar uma reunião com o presidente da diretoria estadual, Reinaldo Azambuja (PSDB), que está de “malas prontas” para o PL em setembro.
“A gente está sabendo que está programada a saída dele pela imprensa também, então a gente tem que ter uma reunião para saber qual o destino do partido, até para a gente poder se organizar”, diz.
Federação
O PSDB procura alianças após perder força em todo o país. A sigla que governou o Brasil entre 1995 e 2002, com Fernando Henrique Cardoso, vê atualmente o esvaziamento do ninho e a perda de protagonismo. A federação entre PSDB e Cidadania rendeu apenas 18 deputados federais e nenhum senador em 2022, o pior desempenho do PSDB.
A sigla contava com três governadores. Restava apenas Riedel no ninho tucano, mas ele oficializou a ida para o PP nesta terça-feira (19). Os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Raquel Lyra (Pernambuco) migraram para o PSD.
De acordo com Perillo, na última segunda-feira (18), há tratativas para uma federação entre PSDB, Republicanos e MDB, que pode sair no segundo semestre deste ano. O presidente nacional do ninho quer fortalecer o partido nos estados em que há possibilidade de eleger bancada, como em Mato Grosso do Sul.
Os planos do PSDB nas eleições em 2026 envolvem dobrar o número de deputados federais, eleger senadores para formar uma bancada e apoiar até cinco candidatos a governos estaduais.
“Há uma estrutura partidária aqui muito robusta, com muita musculatura. Essa estrutura partidária ficará sob a liderança deles [deputados federais] e, é claro, com apoio do governador, do ex-governador. Isso tudo a gente faz de forma muito clara, transparente, muito bem conversada, muito bem articulada. Nós, da Nacional, vamos dar as garantias aos três deputados federais de Mato Grosso do Sul com o fundo eleitoral, com todo o apoio institucional que um partido como o PSDB pode oferecer”, garantiu Perillo.
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