Themis de Oliveira, atual diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, se livrou da responsabilização indicada pelo relatório final da CPI que investigou a precariedade do serviço que ele chefia há quase um ano.
Controlando o transporte coletivo da Capital, Oliveira deu sequência às irregularidades adotadas pelo seu antecessor, João Resende, na gestão do contrato bilionário de mobilidade urbana. As condutas estão reveladas no relatório final da comissão.
No dia 30 de junho, Themis foi flagrado pelo Jornal Midiamax deixando a sala da presidência da Câmara de Vereadores em meio às tramitações da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou o grupo empresarial liderado pelo geólogo.
Naquele episódio, a visita do ‘chefão’ do Consórcio ao chefe do Legislativo, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), não se concretizou devido a desencontro de agenda. Quem atendeu Themis foi o líder de gabinete de Papy, às 15h, fora do horário de expediente legislativo da Câmara. No horário vespertino, a maioria dos gabinetes já estão fechados e as atividades se restringem às demandas administrativas.
Ao avaliar a repercussão do ‘flagra’ na porta da presidência, em junho, Papy disse que Themis ‘deu azar de encontrar alguém do Midiamax‘, mesmo achando normal tal encontro em meio à investigação que pode implicar na intervenção do contrato bilionário.
Ao Midiamax nesta sexta-feira, 19, Papy negou que o relatório pudesse livrar Themis, a quem já mencionou anteriormente como um conhecido de longa data.
“A minha informação é a que tivemos acesso do relatório, qualquer coisa fora do relatório eu não tenho conhecimento”, disse.
Contudo, apesar de se amparar no relatório ao afirmar crer que todos os diretores do Consórcio seriam implicados, o próprio presidente da CPI, o vereador Livio Leite (União), confirmou ao Jornal Midiamax que as investigações não recaem aos atuais diretores, tanto do grupo empresarial que controla o serviço quanto das agências reguladoras do Município.
“Na verdade não entraram nem os dirigentes atuais da Agereg, Agetran e consórcio devido ao lapso temporal de apuração que vai até dezembro de 2024. A gente estava apurando as cláusulas do TAG, que se encerrou em dezembro de 2024. Então por uma questão até de cuidado a gente não extrapolou os limites que nós determinamos nos fatos determinados. Então, nenhum está cumprindo, nem a prefeitura nem o consórcio estão cumprindo. Só que nós poupamos tanto os dirigentes da Agetran e da Agereg deste ano e o dirigente do consórcio, mas os demais dirigentes do consórcio todos estão inseridos nos pedidos de indiciamento”, afirmou Lívio.
Segundo Leite, a alternativa adotada para implicar os atuais chefes foi solicitar ao Tribunal de Contas a reabertura do TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) para fiscalização na Agetran e Agereg, e consequentemente repercutindo nas ações do Consórcio.
Quando assumiu o Consórcio em janeiro, promessa de Themis era garantir progresso do transporte coletivo. Oliveira afirmou no início da sua jornada à frente da empresa que estaria “pronto para fortalecer um transporte público que reflita o espírito de progresso e desenvolvimento” da Capital.
Nove depois, a gestão do atual diretor-presidente do consórcio é a continuidade de um sistema sucateado, ineficiente e pouco transparente com o cidadão campo-grandense, marcado por denúncias evidenciadas pela CPI, mas que não o implicaram ao final das investigações.
💬 Receba notícias antes de todo mundo
Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.