Engenheiro, Henrique Budke (PSDB) soma quase sete anos como prefeito de Terenos. Reeleito nas Eleições de 2024, Henrique foi preso nesta terça-feira (9) durante a Operação Spotless. A investigação aponta o tucano como chefe da organização criminosa que teria desviado dinheiro público do município, a 30 quilômetros de Campo Grande.
O prefeito preso completa 39 anos no próximo mês. Isso porque nasceu em 5 de outubro de 1987. Natural de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Henrique é casado e possui ensino superior completo.
Henrique Budke entrou na corrida eleitoral pela primeira vez em 2020, quando concorreu ao Executivo de Terenos. Logo, na primeira tentativa, conquistou a cadeira de prefeito do município.
Eleito pelo PSDB em 2020, ele recebeu apoio do PDT, MDB e da cúpula tucana. Deputado federal por Mato Grosso do Sul e ex-prefeito de Terenos, Beto Pereira (PSDB) participou ativamente da campanha de Henrique.
Apoio partidário
No primeiro mandato, teve Felipe Salomão (MDB) como vice-prefeito. Assim, em 2024, tentou reeleição e se manteve no Executivo do município.
Ainda no PSDB, Henrique concorreu pela federação PSDB CIDADANIA, além de ter apoio de mais sete partidos. São eles: Republicanos, PDT, PSD, Podemos, PT, PCdoB e PV.
Para a reeleição, o prefeito mudou de vice e contou com um nome do Republicanos, Doutor Arlindo. O valor dos bens também mudou de uma eleição para outra, o patrimônio de Henrique quase triplicou — ou seja, foi de pouco mais de R$ 776 mil para R$ 2,4 milhões.
Caminhada com PSDB
O prefeito integra o núcleo do PSDB há pelo menos oito anos. Nas redes sociais, acumula fotos com Beto Pereira, condenado pelo TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) por rombo na Prefeitura de Terenos.
Em 2017, participou de evento do PSDB, quando publicou a primeira foto com o ex-prefeito. Além disso, em julho de 2020 assumiu a presidência do PSDB em Terenos.
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Histórico dos apoiadores
Para acabar na lista do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) de políticos com ‘contas sujas’, o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de Campo Grande, Beto Pereira, foi flagrado e condenado por gastos irregulares na experiência que teve como prefeito de Terenos.
Na cidade que fica ao lado de Campo Grande e tem apenas 17 mil habitantes, Beto deixou um rastro com rombo nas contas da Prefeitura e três condenações transitadas em julgado por contas julgadas irregulares que, segundo a legislação brasileira, podem deixar o ex-prefeito inelegível.
O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) possui mais de R$ 277 milhões em bens e valores bloqueados após rombo em cofres públicos. Conforme denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o bloqueio de bens é referente ao rombo causado pela organização criminosa, liderada pelo ex-governador, que liberava incentivos fiscais à JBS mediante recebimento de propinas.
Para o MPF, somente Reinaldo teria recebido R$ 67,7 milhões em propina do frigorífico. Os valores das propinas chegavam a 30% do total que a gigante de alimentos deixava de pagar em tributos estaduais.

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Esquema de fraude em licitação
A operação aponta Henrique Budke como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless. Então, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) deflagraram a investigação nesta terça-feira, 9 de setembro.
A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.
Os editais elaborados sob medida simulavam competição legítima. Portanto, somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.
O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.
Provas da Operação Velatus, de agosto de 2024, renderam a Operação Spotless. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.
Spotless é uma referência à necessidade da realização dos processos de contratação da administração pública sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura confirmou a ação.
“Até o momento, o Poder Executivo Municipal não foi oficialmente comunicado sobre o real motivo da ação. Ressaltamos, porém, que a Prefeitura está colaborando integralmente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações e documentos que se fizerem necessários para o esclarecimento dos fatos”, diz o comunicado.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)