A expectativa do comando do PT de Mato Grosso do Sul para entrega definitiva dos cargos ocupados por indicados da legenda, no Governo do Estado, é para a próxima semana. No mesmo período, o presidente estadual eleito do partido, Vander Loubet, quer avançar com a formalização da filiação do advogado e ex-deputado federal Fábio Trad.
Segundo o parlamentar, com o retorno do governador Eduardo Riedel (PSDB) neste final de semana da Missão Ásia, a bancada petista buscará agenda presencial para formalmente comunicar o gestor da renúncia dos cargos diante da saída da base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa.
“Chegando, nós vamos pedir uma audiência com ele, pra fazer essa conversa com ele, comunicar ele, sobre a decisão do PT. Mas não tem uma data ainda. Creio que seja na próxima semana”, disse.
Por enquanto, os servidores indicados lotados na Secretaria Estadual de Cidadania e Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) seguem atuando para garantia dos trabalhos nas pastas.
Não há confirmação exata do número de cargos ocupados, mas conforme apurado pelo Midiamax com os correligionários do PT, essas indicações giram em torno de 20 nomes, que incluem posições de comando nas pastas.
Vale lembrar que aqueles que decidirem permanecer nos cargos terão suas filiações temporariamente suspensas no partido, conforme o presidente municipal eleito Pedro Kemp.
O anúncio oficial de debandada da base governista foi feito em 8 de agosto, após manifestações do governador Eduardo Riedel em contrariedade às decisões do ministro Alexandre de Moraes acerca da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Riedel considerou a medida um excesso judicial.
Com a decisão, os deputados do PT assumiram lugar na oposição contra o governo, mas asseguram fazê-la sob os limites da responsabilidade social e do interesse público.
O governador em exercício José Carlos Barbosa comentou a decisão da legenda e afirmou que a saída dos deputados da base do governo se deu sob ausência de diálogo. Ele lamentou, mas afirmou que ninguém é insubstituível.
A expectativa agora é para que o governador Eduardo Riedel retorne da Missão Ásia, onde passou cerca de 15 dias levando o potencial sul-mato-grossense para investidores da Índia, Japão e Singapura, e se manifeste acerca da situação com os petistas.
O deputado estadual Pedro Kemp, do PT, afirmou ao Midiamax nesta semana que desde o início do ano a legenda iniciou cobranças ao governador para entender se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria espaço no palanque de reeleição do tucano, mas Riedel vinha pedido tempo.
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Trad no PT
Em relação à formalização da filiação do ex-deputado federal Fábio Trab, Vander disse que espera bater o martelo na quarta-feira, 20, em reunião com o presidente nacional do partido.
Fábio tem sido ‘ventilado’ com potencial candidato ao Governo do Estado pelo PT, mas Vander descartou essa possibilidade por enquanto.
“Fábio também vem sem nenhum compromisso. Ele vem como militante do PT para ajudar a campanha do Lula. Não vem condicionado a ser candidato A, B ou C. Se ele vai ser candidato a governador, candidato a deputado, não vem condicionado a ser candidato a governador. Ele quer se filiar, quer ajudar”, disse.
Segundo Vander, seus esforços como presidente do PT estão concentrados em construir a ida de Fábio Trad até Brasília. “A gente vir de lá com a data marcada para a filiação do Fábio. E a partir daí a gente construir aqui no Estado uma frente democrática de apoio ao Lula”, disse.
Nesta semana, o Jornal Midiamax conversou o ex-deputado que até poucos meses ocupava a militância do PSD, mas sob argumento do partido estar se atrelando ao “extremismo de direita”, deixou o partido e se posicionou como cidadão-político.
Trad afirmou à reportagem que não tem pretensão de se voltar para política regional e está com visão voltada para os desafios da política nacional.
Questionado se a eventual filiação ao PT de MS poderia estar condicionada a disputa ao Senado, Trad descartou e garantiu que nunca cogitou ‘entrar na briga’ pela vaga destinada a Vander Loubet nas eleições do ano que vem.
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