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Política

Presidente da Câmara de Terenos alega ‘desconhecimento’ de acusação e silencia sobre operação

Operação, contudo, remonta de investigação iniciada em 2024 com ampla repercussão após prisão de ex-secretário e empresário da construção
Vinicios Araujo, Anna Gomes -
Leandro Caramalac recebe prefeito de Terenos em gabinete após eleições. Foto: Divulgação/Redes sociais

O presidente da Câmara de , Leandro Caramalac (PSD), não vai se manifestar sobre a Operação Spotless, que fez uma verdadeira devassa na administração municipal ontem (9/09) e levou para a cadeia o prefeito Henrique Budke () e outros 13 alvos. Dois ainda seguem foragidos, completando a lista de 16 nomes com determinação de prisão pelo Tribunal de Justiça de MS.

Apesar da operação desta semana ser um desdobramento da Velatus, ação deflagrada em agosto de 2024 e que levou ex-secretário de obras para a prisão por cerca de seis meses, e ter sido amplamente repercutida com registros do processo n° 0900032-23.2023.8.12.0047, Caramalac alega ‘desconhecimento’ de acusação.

“O presidente da Câmara, Leandro Caramalac, só irá manifestar-se após audiência de custódia que está prevista para hoje, e também, pelo desconhecimento sobre o conteúdo das denúncias”, disse nota obtida pelo Jornal Midiamax em tentativa de entrevista ao parlamentar nesta manhã, 10/9, presencialmente em seu gabinete.

Vale lembrar que 59 endereços foram alvos de agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à ). A operação busca desarticular a organização criminosa autora de um esquema que envolveu fraudes de licitação em obras, cujo prejuízo ao poder público remonta em mais de R$ 15 milhões.

Caramalac assina documento para lançamento de obras em Terenos. Prefeito sorri ao fundo. Foto: Divulgação/Redes sociais.

Caramalac foi importante apoiador na campanha de reeleição de Henrique Budke no ano passado. Registros nas redes sociais mostram os então candidatos mobilizados em carreatas e reuniões. Ao receber o prefeito em visita cortesia, registrada no início do mandato, Caramalac destacou que “a parceira entre os poderes é muito importante para o andamento dos projetos para nosso município”.

Em outro registro, o presidente da Câmara se reuniu com o prefeito para “definir a construção da praça municipal entre os bairros Bodoquena 2 e Jardim Poente”. O investimento é fruto de emenda de R$ 100.000,00 destinada por deputado estadual. Neste encontro também estavam os vereadores Silvio da Estação e Walter Caco.

Em maio deste ano, foi celebrado também o lançamento de obras para o segundo semestre de 2025. O evento aconteceu em comemoração aos 72 anos da cidade.

Vereador entre os alvos

O vereador Arnaldo Godoy Cardoso Glagau, do PSD, está entre os alvos de busca e apreensão da Operação Spotless, deflagrada ontem (9) em Terenos. Ele figura entre os empreiteiros investigados por suspeita de fraude em contrato de obras no município.

Arnaldo Godoy é engenheiro, vereador de primeiro mandato pelo PSD —mesmo partido de Caramalac—, e responde pela empresa Agpower Engenharia & Construções LTDA. (CNPJ: 33.201.352/0001-64), que firmou mais de R$ 338,3 mil em contratos com a Prefeitura de Terenos.

Os contratos de Glagau com a administração se deram antes do seu mandato. Os serviços contratados envolvem reformas de pontes de madeira e revitalização de parquinhos em Terenos.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, Arnaldo não estaria entre os detidos. Ele teve celular e notebook apreendidos na ação de ontem.

Prefeito de Terenos chefiava esquema

O prefeito Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), nesta terça-feira, 9 de setembro.

A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.

Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.

O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.

A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.

Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).

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