A coleta de assinaturas da petição pelo fim do contrato com o Consórcio Guaicurus irá aos terminais de ônibus de Campo Grande nesta semana. Com rodas pegando fogo, goteiras, portas estragadas e superlotação, os veículos são alvo de reclamações diárias. Mais de 7,7 mil pessoas assinaram o documento que solicita intervenção no transporte público do município.
Ao Jornal Midiamax, o vereador Maicon Nogueira (PP) confirmou a ação nos terminais. Apesar da falta de resposta da Agetran (Agência Municipal de Trânsito de Campo Grande), equipe de voluntários se prepara para coletar assinaturas nos locais.
O parlamentar já havia adiantado ao Midiamax que a negativa da Agência não barraria a coleta nos terminais, já que solicitou a entrada em 30 de setembro. “Não responderam. Já se passou o prazo que pediram para a resposta, mas mesmo sem a resposta estaremos lá”, disse Maicon.
Assim, a primeira ação acontece na segunda-feira (13), no Terminal Morenão das 17h às 19h — horário de pico. O objetivo do vereador é incentivar a participação popular e alcançar 50 mil assinaturas até o fim de dezembro.
“Acredito que vai aumentar muito quando iniciarmos as ações nos terminais”, comentou com a reportagem.
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Confira como assinar
Interessados em apoiar a petição podem realizar assinatura direto do celular. Para isso, basta abrir o site com o documento e preencher os dados solicitados.
Nome completo, telefone e CPF são as informações solicitadas. Então, para acessar o site e participar da petição, clique aqui.

Petição pelo fim do contrato do Consórcio
O documento divulgado pelo vereador Maicon aponta “inúmeras e reiteradas falhas na prestação dos serviços pelo Consórcio Guaicurus”. Assim, pede a adoção da medida extrema para intervenção por parte da Prefeitura de Campo Grande.
A concessão foi alvo de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara de Campo Grande. Logo, entre os descumprimentos contratuais apontados pela Comissão, estão: “A manutenção de frota envelhecida, em desacordo com os limites contratuais; ausência da contratação de seguro obrigatório; deficiências graves na manutenção preventiva e na acessibilidade dos veículos; e precariedade operacional, com frequentes atrasos, quebras e superlotação dos veículos”.
Portanto, a petição pontua que “tais práticas não apenas afrontam o contrato e a legislação, como também prejudicam diretamente a população campo-grandense, que depende do transporte coletivo para trabalhar, estudar e exercer sua cidadania de forma digna”.
Pior que a média brasileira
Os ônibus sucateados que atendem os usuários de Campo Grande são mais velhos que a média de frotas no país. Enquanto a média é de 6,5 anos no Brasil, o Consórcio Guaicurus mantém quase 100 ônibus com mais de 10 anos circulando na Capital de Mato Grosso do Sul. O dado nacional é de estudo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos.
Além disso, a idade ultrapassada dos veículos é facilmente percebida pelos usuários, que enfrentam superlotação, veículos quebrados e até roda pegando fogo. A realidade é confirmada em oitivas da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o transporte público em Campo Grande. Inclusive pela própria empresa.
Um dos diretores das empresas que comandam o transporte público na cidade confirmou a idade dos ônibus sucateados. “Temos acima dos 10 anos 97 carros”, disse o diretor de operações do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor Brito de Oliveira.
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Os empresários de ônibus de Campo Grande são o verdadeiro exemplo do ‘mau negócio’ que rende milhões. Na verdade, bilhões.
Isso porque a equipe técnica da Prefeitura da Capital certificou auditoria contábil nas planilhas do Consórcio Guaicurus e atestou que a concessionária teve receita de R$ 1.277.051.828,21 (um bilhão, duzentos e setenta e sete milhões, cinquenta e um mil, oitocentos e vinte e oito reais e vinte e um centavos), de 2012 a 2019.
Ou seja, o valor é somente dos oito primeiros anos do contrato. Os técnicos chegaram aos valores a partir de balanços enviados pelas próprias empresas de transporte.
Assim, o Consórcio Guaicurus será beneficiado com cerca de R$ 64 milhões somente este ano, entre subsídios e isenção fiscal do ISS (Imposto sobre Serviço).
Apesar de ter o apoio do presidente da Câmara, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), para conseguir mais dinheiro público por meio de subsídios, o Consórcio move série de processos para obter valores estratosféricos.
Enquanto banca time de advogados para tentar se livrar de indenizações a passageiros que se machucam em ônibus e obter ‘no tapetão’ mais recursos públicos, o Consórcio Guaicurus mantém frota sucateada nas ruas.
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(Revisão: Bianca Iglesias)