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Política

Nem visita de ministra fez Marçal resolver ‘entraves’ do Samu Indígena

Parlamentares criticam a falta de vontade do prefeito em garantir socorro médico na Reserva Indígena
Marcus Moura -
Veículo, que poderia estar salvando vidas, está parado no pátio de órgão. Reportagem teve acesso negado no prédio. (Fotos: Hélder Carvalho e Câmara Municipal)

Nem mesmo a vinda da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), na última semana a fez com que o prefeito do município, Marçal Filho (PSDB), sentasse para resolver de uma vez por todas os ‘entraves’ que impedem a instalação do (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na Reserva Indígena.

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O encontro, que tentou ser intermediado por interlocutores que defendem a causa, não avançou, mesmo com a insistência dos envolvidos. Para o vereador (PT), a demora na emissão de um posicionamento por parte da Secretaria Municipal de Saúde do município é preocupante.

“O que parece é que a gestão municipal não tem tanto interesse em resolver a questão e estabelecer um cronograma de instalação da base. Mesmo a gente já tendo respostas positivas da bancada estadual, de mais de um parlamentar, e também da bancada federal, sobre o envio de recursos para Dourados para ajudar na construção dessa base”, avalia.

Schmalz cobra respostas que foram acordadas em uma reunião realizada entre as partes envolvidas no dia 26 de fevereiro. Quase um mês depois, o prefeito Marçal ainda não decidiu se desiste do projeto, perde o pioneirismo da causa e devolve a ambulância ao Governo Federal.

“Desde a semana passada, nós não tivemos nenhuma resposta do secretário de saúde ou do prefeito municipal sobre o interesse, porque tem que partir da prefeitura esse interesse, essa sinalização para a SESAI”, completa.

A deputada estadual Gleice Jane (PT), que tem base eleitoral em Dourados, garantiu que a bancada petista do Estado vai destinar emendas e apoiar o município em tudo que for necessário, mas ressalta que falta interesse do prefeito.

“Se o prefeito não resolver isso imediatamente, é um recado negativo que a prefeitura manda para a comunidade indígena. Então, eu espero que as coisas se resolvam imediatamente. A solução que a gente também está enxergando enquanto bancada é que realmente se construa uma base na aldeia para poder atender”, afirmou.

Gleice ainda garantiu que os deputados federais Vander Loubet e Camila Jara, do mesmo partido, vão apoiar a causa com a destinação de recursos. Já para a deputada (PSDB), a questão evidencia a total inércia da administração de Marçal.

“Eu vejo como um descaso, uma total inércia da administração municipal com a nossa população indígena de Dourados. Nós temos a maior reserva indígena urbana do Brasil. Essa conquista do Samu indígena pode servir de modelo para o país”, critica.

Lia ainda ressalta que tem emendas enviadas à Prefeitura no ano de 2023 para a saúde indígena, que até o momento não foram executadas. “Essas emendas ainda estão paradas porque havia irregularidade junto à Receita Federal e nós não podemos aceitar. Nós apresentamos aqui um requerimento cobrando explicações da administração municipal”, complementa.

A parlamentar ainda questiona as justificativas do prefeito de ainda estar ‘arrumando a casa’. “Quando você assume uma prefeitura, você assume com ônus e com bônus também. A casa está desorganizada? Vamos colocar a casa em ordem. Então não dá mais para jogar essa culpa na administração anterior”, diz.

Viabilidade financeira

Na ata da reunião realizada na Secretaria Municipal de Saúde, os atores envolvidos na questão alertaram o secretário Márcio Gray de que a demora em um posicionamento da Prefeitura pode levar à devolução do veículo ao ministério. Em resposta, ele argumentou a respeito da viabilidade financeira do projeto.

Estacionado no pátio da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul, localizada no Centro de , há um ano, o veículo, que poderia estar salvando vidas, permanece sem uso. A reportagem foi impedida de entrar no prédio para registrar imagens do veículo, mas pelo portão foi possível ver a ambulância estacionada.

Trecho da ata registrada durante reunião. (Foto: Reprodução)

Prefeitura promete celeridade

Em nota, a Prefeitura de Dourados informou que a ambulância será enviada ao município assim que todos os entraves para a definição da base operacional forem resolvidos, o que ainda não tem data para acontecer.

A nota termina afirmando que o Executivo dará celeridade à implantação do SAMU Indígena assim que todas as pendências forem resolvidas.

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