“Com preocupação”, é assim que o senador por Mato Grosso do Sul, Nelsinho Trad (PSD), acompanha o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A primeira sessão do Núcleo 1 da AP (Ação Penal) 2668 acontece nesta terça-feira (2). Além de Bolsonaro, outros sete respondem por tentativa de golpe de Estado no Brasil.
“Penso que esse julgamento será longo e vai paralisar as pautas importantes do país, do MS e dos municípios”, disse o senador ao Jornal Midiamax. Ademais, Nelsinho reforçou que o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes protocolado no STF depende da presidência do Senado.
Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) assinaram a solicitação proposta pelo deputado federal por MS Marcos Pollon (PL). “Quanto o reflexo desse julgamento perante ao pedido de impeachment no Senado, deverá voltar essa discussão”, prevê o senador. “Porém, tudo recai na prerrogativa do Pr. do senado que tem poder de decisão”.
Por fim, o senador de Mato Grosso do Sul comentou sobre os impactos do julgamento em relação à corrida eleitoral que se aproxima. “Quanto ao pleito de 2026 só o tempo poderá clarear qualquer prognóstico”, afirmou.
Bolsonaro entre os réus
Jair Bolsonaro, 38° presidente da República do Brasil, enfrentará o julgamento da 1ª Turma do STF a partir desta terça-feira (2).
Ele e outros sete acusados nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 passam por julgamento pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Somente o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal, conseguiu benefício de suspensão de parte das acusações. Assim, responde a três dos cinco crimes. A Constituição garante a regra.
Ramagem responde então pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Além de Bolsonaro e Ramagem, integram o banco dos réus:
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno – ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Então, o julgamento pode levar para a prisão o ex-presidente da República e generais do Exército, pela acusação de golpe de Estado. A medida é inédita, desde a redemocratização do país.
Por fim, a 1ª Turma é composta por Alexandre de Moraes, que é o relator do caso; Cristiano Zanin; Flávio Dino; Luiz Fux; e Cármen Lúcia. Logo, o STF reservou cinco sessões para o julgamento, que ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
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