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Política

‘Não precisa mexer em subsídio, mas aumentar a eficiência’, diz engenheiro sobre ar-condicionado em ônibus

Especialista é ouvido pela CPI que investiga irregularidades do Consórcio Guaicurus
Gabriel Maymone, Thalya Godoy -
Jurandir foi ouvido nesta quarta-feira pela CPI. (Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Engenheiro mecânico, professor no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e ex-secretário de transportes de Campinas, o professor Jurandir Fernandes defendeu que não é necessário conceder subsídios para exigir ar-condicionado nos ônibus do Consórcio Guaicurus.

A oitiva acontece após duras cobranças da população e questionamentos sobre a efetividade da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e da Câmara Municipal.

Membro da CPI, o vereador Coringa (PSD) questionou o especialista sobre o impacto do ar-condicionado e se é possível cobrar o item mesmo sem estar previsto em contrato.

Para o especialista em transportes, ar-condicionado não é luxo, e a forma de garantir esse conforto deve ser estudada, independentemente de ser um ponto não previsto no contrato de concessão. “Não precisa mexer em subsídio, precisa aumentar eficiência”, afirmou.

Depois, explicou que, por exemplo, se uma linha tem trajeto de ida e volta que leva 60 minutos para ser cumprida e é necessário passar ônibus a cada 10 minutos, a empresa precisa de seis veículos. “Mas, se você conseguir reduzir esse trajeto para 50 minutos de duração, você precisa de cinco carros”, afirmou, ressaltando a importância de políticas públicas de mobilidade urbana, como os corredores exclusivos de ônibus, por exemplo.

Sobre o assunto, Jurandir citou o exemplo de , que possui frota bastante elevada com ar-condicionado. “Você tem custos, mas tem que ser dimensionado. Não é só custo, mas o que ele propicia de retorno”, pondera.

Então, Coringa ressaltou que o contrato não prevê ar-condicionado, mas determina que o Consórcio Guaicurus deve oferecer conforto aos passageiros.

Porém, a realidade é bem diferente. Diariamente, o Jornal Midiamax relata perrengues enfrentados por quem utiliza o transporte público de , como ônibus quebrados, com goteiras, portas capengando e até veículos pegando fogo.

CPI ouve especialistas

As oitivas desta quarta-feira (2) são para ouvir especialistas sobre o assunto. Além de Jurandir, será ouvida a professora Maria Lúcia Torrecilha.

Ela é docente do curso de e Urbanismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Além disso, atuou como servidora pública municipal entre 1982 e 2010, com foco em planejamento urbano.

A professora tem doutorado em Geografia Humana pela USP (Universidade de São Paulo), com período de estudos na Universidade Sorbonne, de Paris, e mestrado em Arquitetura e Urbanismo também pela USP.

Auditoria própria vai fazer devassa nas finanças do Consórcio Guaicurus

A CPI que investiga irregularidades no transporte público de Campo Grande vai fazer auditoria própria do balanço contábil da concessionária, dos últimos cinco anos.

Para isso, a CPI já está em fase de contratação da Platinum Contabilidade e Gestão Ltda. (CNPJ 49.946.173/0001-96), que irá fazer verdadeira devassa na documentação contábil do Consórcio Guaicurus.

Assim, o presidente da Comissão, vereador Lívio Leite (União), explicou o trabalho da assessoria: “A ideia é que tenhamos um parecer contábil, tendo em vista duas posições contrárias nas perícias”.

As perícias citadas pelo vereador constam em ação judicial movida pelo Consórcio Guaicurus, que tenta pedir mais dinheiro público, alegando desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão de R$ 3,4 bilhões para explorar o transporte coletivo.

A primeira mostrou que os empresários do ônibus tiveram lucro líquido de R$ 68 milhões nos primeiros anos de contrato — período anterior do início do processo. Além disso, ressaltou o descumprimento contratual por parte do Consórcio Guaicurus em manter a frota sucateada.

Por fim, concluiu não haver desequilíbrio.

Inconformados, os empresários do ônibus tiraram R$ 272 mil do próprio bolso para bancar um novo laudo. Este, por sua vez, mostrou uma realidade totalmente diferente, como se fosse análise de uma outra empresa.

Para a Ibec, apesar de, até o ano de 2024, haver lucro líquido que supera os R$ 27 milhões, há necessidade de compensação de R$ 377 milhões ao Consórcio Guaicurus.

Líderes de reclamações

A má conservação, a falta e os atrasos constantes de ônibus em Campo Grande lideram as reclamações contra o Consórcio Guaicurus. Relatório do grupo aponta que “a população clama por medidas urgentes, incluindo renovação da frota, ampliação das linhas, fiscalização efetiva e maior transparência na gestão”.

Assim, a partir das denúncias, os vereadores classificam a situação atual do transporte coletivo “como insustentável e prejudicial à qualidade de vida dos moradores de Campo Grande”. Ademais, a má conservação lidera as denúncias, seguida da falta de ônibus, e o mesmo percentual para atrasos dos veículos.

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