A ex-vereadora e ex-candidata do PP à Prefeitura de Terenos, Lucilha de Almeida, apontou ‘muitos descasos’ no Executivo do município, a 30 quilômetros de Campo Grande. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) prendeu o prefeito eleito Henrique Budke (PSDB) nesta terça-feira (9). As investigações apontam Henrique como chefe de organização criminosa que desviava dinheiro público.
“A prisão do prefeito mostra que a Justiça foi feita. Depois de tantos descasos com a administração e com a população, era necessário que viesse uma resposta firme das instituições”, comentou Lucilha ao Midiamax.
A candidata conquistou 3.738 votos nas Eleições de 2024. Contudo, não foi eleita e ficou em segundo lugar entre os candidatos a prefeitos. Com isso, apontou preocupação com o município após a deflagração da Operação Spotless. “É claro que a cidade pode enfrentar dificuldades neste período de transição, mas é melhor lidar com um momento de instabilidade do que continuar convivendo com práticas que prejudicam a coletividade”, disse.
Ademais, disse que a “operação abre caminho para que Terenos tenha mais transparência, responsabilidade e respeito com os cidadãos”.
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Falta de fiscalização
Ex-vereadora de Terenos, Lucilha apontou falta de fiscalização na gestão do PSDB no Executivo do município. Isso porque a cidade foi cenário de investigação contra corrupção, em agosto de 2024.
Então, disse na época que o prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), teve ‘responsabilidade da escolha’ do secretário de Obras do município, Isaac Cardoso Bisneto — preso em 13 de agosto daquele ano.
“Vejo hoje que a justiça está sendo cumprida. Importante para todos nós, respeito com recursos públicos”, apontou, sobre a operação.

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Esquema de fraude em licitação
A operação aponta Henrique Budke como líder da organização criminosa alvo da Operação Spotless. Então, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) deflagraram a investigação nesta terça-feira, 9 de setembro.
A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.
Os editais elaborados sob medida simulavam competição legítima. Portanto, somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.
O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.
Provas da Operação Velatus, de agosto de 2024, renderam a Operação Spotless. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.
Spotless é uma referência à necessidade da realização dos processos de contratação da administração pública sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Em nota, a assessoria de comunicação da prefeitura confirmou a ação.
“Até o momento, o Poder Executivo Municipal não foi oficialmente comunicado sobre o real motivo da ação. Ressaltamos, porém, que a Prefeitura está colaborando integralmente com as autoridades competentes, fornecendo todas as informações e documentos que se fizerem necessários para o esclarecimento dos fatos”, diz o comunicado.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)