O ex-governador de Mato Grosso do Sul e deputado estadual Zeca do PT lamentou a morte do ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, aos 89 anos, nesta terça-feira (13). Em janeiro deste ano, Mujica havia anunciado que estava morrendo depois que o câncer do esôfago se espalhou para o rim e que não havia intervenções médicas que pudessem reverter o quadro.
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“Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso”, pediu Mujica à época.
Mujica foi um ícone da esquerda na América Latina e conquistou admiradores em outros países. Um deles foi Zeca do PT, que tinha na figura dele e de Papa Francisco – falecido em 21 de abril – como alguns dos maiores exemplos de humanidade.
“O Mujica foi junto com o Papa Francisco as duas figuras mais importantes na fé e na política, na esperança da construção de um mundo mais justo, mais humano, mais fraterno. É uma pena que a gente se depare com essa realidade”, lamentou.
O ex-governador acredita que os dois latino-americanos foram personalidades únicas. “Perder Francisco, Papa, perder Mujica, o homem do mundo, com certeza é quase que insubstituível. Eu fico profundamente sentido porque tinha nessas duas grandes figuras, Mujica e Papa Francisco, meus referenciais de fé e de confiança em um mundo diferente”, aponta.
Quem foi Mujica?
Mujica foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015. O anúncio da morte foi feito pelo atual presidente, Yamandú Orsi, do mesmo partido de Mujica. “É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso colega Pepe Mujica. Presidente, ativista, referência e líder. Sentiremos muita falta de você, querido velho. Obrigado por tudo o que você nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”, escreveu.
Mujica enfrentou diversas batalhas ao longo da vida. Militante de esquerda e guerrilheiro, ficou preso durante 14 anos – sete deles em uma solitária. Na cadeira de presidente, foi responsável por atos polêmicos como a legalização da maconha – o que diminuiu o tráfico – e do aborto até a 12ª semana de gestação.
Apelidado de “presidente mais pobre do mundo” ao não largar a vida modesta, Mujica não disputou a reeleição. Durante o mandato como presidente, continuou morando com a esposa e ex-senadora, Lúcia Topolansky, na chácara nos arredores de Montevidéu, dirigindo o fusca azul 1987 e até usando sapatos gastos em reuniões com chefes de Estado.
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