O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) vê que a diplomacia será o melhor caminho para resolver o entrave comercial entre Brasil e Estados após o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros. A medida levou os frigoríficos de Mato Grosso do Sul habilitados ao mercado norte-americano a interromperem os embarques, já que os lotes chegariam após 1º de agosto, quando inicia a taxação.
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O deputado estadual interpreta que, antes de qualquer medida retaliatória, o indicado seria buscar a “diplomacia e o diálogo”. Na última terça-feira (15), o Senado Federal aprovou a proposta do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) para instituir uma missão do Congresso Nacional aos Estados Unidos para tratar da taxação.
Senado Federal aprova proposta de Nelsinho Trad contra ‘tarifaço’ de 50% de Trump
“A constituição de uma missão governamental e empresarial aos EUA para diálogo com nossas contra-partes certamente seria benéfica para dissuadi-los da imposição de tal medida. Diplomacia, cautela e paciência estratégica antes de impor qualquer contra-sanção — ainda que nesse caso, em última instância, tal medida seja legal e necessária”, analisa.
O parlamentar aponta que a imposição de tarifas de maneira unilateral fere os acordos da OMC (Organização Mundial do Comércio) dos quais o Brasil e os EUA são signatários.
“Trata-se de uma medida ilegal e injusta a luz dos acordos internacionais. O comércio internacional não é uma terra sem leis na qual os países, por mais poderosos que sejam, podem fazer o que querem sem observar seus compromissos em nível multilateral no âmbito do GATT/OMC”, afirma.
Suspensão das exportações
Após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar taxas de 50% sobre produtos brasileiros, frigoríficos sul-mato-grossenses habilitados para exportação suspenderam a produção de carne destinada aos Estados Unidos.
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Conforme o vice-presidente do Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Alberto Sérgio Capucci, o pedido partiu dos próprios importadores americanos, que solicitaram a suspensão dos embarques devido às incertezas no comércio exterior.
“Ainda é muito incerto, por isso os compradores pediram para suspender os embarques. Qualquer mercadoria que embarcar hoje chegará após 1° de agosto. No entanto, é importante ressaltar que os frigoríficos não estão parados, nenhuma empresa parou o abate, apenas suspenderam a produção da carne exportada para os Estados Unidos. Vale considerar também que nem todos os frigoríficos são habilitados para exportar para os Estados Unidos, então, alguns nem são afetados nesse sentido”, pontua.
A decisão, portanto, implicará em algumas mudanças na rota. Segundo Capucci, cada empresa avaliará novas possibilidades e poderá redirecionar a produção para outros países.
“Cada grupo tem suas habilitações de exportação, então alguns poderão exportar para o Chile, a China e o Egito, por exemplo. Além disso, parte será direcionada ao mercado interno. Cada um vai avaliar como melhor destinar essa produção”, explica.
Com essa mudança, até que o redirecionamento seja realizado, haverá impacto no mercado, e o preço da carne vai abaixar.
“A produção leva 30 dias para chegar até os Estados Unidos depois que embarca. As regras não estão claras, os compradores não sabem se eles serão taxados quando o produto sair daqui ou chegar lá. Se eles tivessem a garantia de que a taxação ocorreria ao sair daqui, poderíamos mandar nestes dias que antecedem a taxação, mas, considerando que o produto sairá daqui e só chegará lá em agosto, eles não vão arriscar”.
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