Durante o painel “Oportunidades e Desafios do Brasil”, promovido pelo BTG Pactual nesta quarta-feira (14), em Nova York, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), foi enfático ao afirmar que o equilíbrio fiscal é “premissa básica” da boa gestão pública.
Ao lado dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Eduardo Leite (PSD-RS), o sul-mato-grossense destacou que não há modelo único de administração e que cada ente federativo precisa trilhar seu próprio caminho para viabilizar investimentos e garantir serviços de qualidade.
“Essa premissa tem que ser conquistada na negociação por diferentes caminhos. O diagnóstico e a agenda de cada Estado está muito bem colocada. O exercício de buscar capacidade de investimento através do equilíbrio fiscal é um desafio para todos os gestores, mas é absolutamente necessário para o bom andamento dos próprios serviços públicos”, pontuou Riedel.
No painel, moderado pelo economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, os governadores apresentaram diferentes experiências de gestão, mas convergiram na defesa de reformas estruturais como pilares do desenvolvimento. Riedel ainda pontuou que o “dever de casa” depende das especificidades locais.
“Isso vale para a União, isso vale para os municípios”, reforçou, ao defender soluções adaptadas à realidade de cada ente federativo.
Outros debatedores
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo pelo partido Republicanos, reforçou a necessidade de reformas estruturantes e apontou que os estados sabem o caminho para melhorar a capacidade de investimento.
“Redução do custeio, revisão de benefícios tributários e sociais, reformas administrativas… esse receituário é de consenso”, afirmou.
Já Eduardo Leite, que comanda o Rio Grande do Sul e um potencial nome para a disputa presidencial de 2026, foi além ao destacar que o exemplo do estado gaúcho mostra a importância de despolarizar o debate e focar em resultados.
“Não é só o que foi feito, mas como foi feito. Reformas, privatizações, equilíbrio das contas. E tudo isso foi construído com pontes políticas. O Brasil precisa de mais política, e não menos. Eu defendo um grande movimento de despolarização do Brasil, em que a gente ao invés de ficar brigando uns com os outros, brinque com os problemas, não faltam problemas para a gente brigar”, destacou Leite, afirmando ser otimista com o Brasil do futuro.
As falas, embora voltadas à gestão, reforçam os laços políticos entre os três governadores.
Ambos consolidam canal ativo de diálogo com Riedel sobre uma possível troca partidária, especialmente diante da movimentação em torno da fusão entre PSDB e Podemos.
Nos últimos meses, Riedel tem se aproximado de forma expressiva de Tarcísio, fortalecendo conexões com o governador paulistano e o entorno político do Republicanos, partido que hoje abriga Tarcísio, mas que também observa os movimentos de reorganização no centro-direita.
Enquanto isso, no PSD, Riedel pode enxergar espaço estratégico caso se concretize a migração do senador Nelsinho Trad para a base do PL, partido ao qual o parlamentar tem se aproximado, atendido convites para eventos e se posicionado de forma cada vez mais alinhada.
Com a eventual saída de Nelsinho, abre-se a possibilidade de Riedel assumir protagonismo local na legenda comandada nacionalmente por Gilberto Kassab.
Atualmente Eduardo Riedel é o único governador ainda presente no PSDB. O partido iniciou um processo de estudos para analisar a viabilidade de fusão com o Podemos, que em MS é comandado por Soraya Thronicke.
A articulação encabeçada pelas lideranças nacionais tem divergido entre o comando regional do ninho tucano, que questionado sobre as conclusão do futuro partidário, segue indefinido e adiando posicionamentos.