Sócio-proprietário do Consórcio Guaicurus, Paulo Constantino entregou atestado para fugir da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o transporte público em Campo Grande. O dono das empresas investigadas participaria de oitiva na Câmara de Campo Grande nesta quarta-feira (18).
O atestado entregue é de oftalmologista. “Poderia ter vindo, tem oftalmologista nesta CPI”, disse o presidente da Comissão, vereador Lívio Leite (União).
“Na verdade ele reside em outra cidade, justamente por isso não veio. Gostaria de reforçar em nome do sr. Paulo que o representante, o gestor dos acionistas, é o Themis. De modo que as informações seriam redundantes”, disse o advogado em defesa de Constantino.
Logo em seguida, Felipe Barbosa da Silva, o advogado do Consórcio, pediu que Constantino seja liberado de demais convocações para oitiva na CPI do Consórcio.
Oitiva do ‘chefão’
O atual presidente, Themis de Oliveira, assumiu em janeiro deste ano, no lugar de João Resende, que ficou 12 anos no cargo. Assim, será o único ouvido nesta quarta-feira (18).
O Consórcio Guaicurus reúne quatro empresas responsáveis pela operação do transporte coletivo urbano em Campo Grande: Viação Cidade Morena LTDA (empresa líder), Viação São Francisco LTDA, Jaguar Transporte Urbano LTDA e Viação Campo Grande LTDA.
Integram a CPI do transporte coletivo: Lívio Leite (União), como presidente; Ana Portela (PL), como relatora; Luiza Ribeiro (PT); Coringa (MDB); e Maicon Nogueira (PP). Além disso, a oitiva marca o final da terceira fase da Comissão. Na próxima, o povo é quem será ouvido.
‘Ex-chefão’
João Resende, que deixou a presidência da diretoria do Consórcio Guaicurus no início deste ano, admitiu nesta segunda-feira (16) que segue no alto escalão das empresas que comandam o transporte público em Campo Grande. Na condição de investigado na CPI do Consórcio, o integrante da diretoria confirmou que os usuários não terão ônibus novos.
“Não vamos comprar enquanto nós não tivermos reequilíbrio, condições financeiras”, respondeu Resende à vereadora Luiza Ribeiro (PT).
O começo da oitiva teve tensão na CPI. Durante os questionamentos da relatora, vereadora Ana Portela (PL), o ex-diretor ameaçou ficar em silêncio. “Vou fazer uso do meu direito de silêncio”, disse Resende.
Frota velha
Ao vereador Coringa (MDB), Resende disse que “não é novidade” a idade média ultrapassada da frota do Consórcio. “Não precisa admitir, isso está escrito lá”, citou o ex-diretor.
Resende defendeu que, ao longo do contrato, a não renovação da frota “depreciou nosso patrimônio”. Assim, admitiu que “a operação é muito diferente de um ônibus novo, isso é óbvio”.
Contudo, destacou que não há previsão de ônibus novos para os campo-grandenses. “Se nós não tivermos o reequilíbrio, e a nossa esperança reside aqui [CPI] também, nós não vamos”. Além disso, afirmou que a situação pode piorar para os usuários. “Permanecer como está aqui, vai entrar no caos, sim”, disse, ao citar greve passada.
O ex-diretor reforçou que as empresas possuem crédito, mas não vão investir nos novos veículos. “Por enquanto, temos crédito, mas não temos dinheiro para comprar ônibus, que nós não vamos comprar”.
Presidente da Comissão, Lívio afirmou que, independentemente de ser da Prefeitura, do Consórcio, ou de ambos, fato é que “a CPI irá cobrar a renovação da frota no relatório final”.
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