Dias antes da eleição suplementar [nova votação para escolha do prefeito] na cidade sul-mato-grossense de Paranhos, a 460 km Campo Grande, na área de fronteira com o Paraguai, a disputa que envolve dois candidatos, um do PSDB e outro do PT, virou caso de polícia. O pleito acontece no domingo, dia 6.
Na tarde de ontem, segunda-feira (31), o concorrente do PSDB, Hélio Ramão Acosta, foi à delegacia da cidade. Hélio é vereador, presidente da Câmara Municipal licenciado e ocupa o comando prefeitura interinamente.
Assim, registrou um boletim de ocorrência contra o presidente municipal do PT, José Fernandes da Silva. Acosta concorre com o petista Doutor Jorge, médico no município.
De acordo com o boletim, José Fernandes da Silva teria produzido e divulgado uma “carta de teor ofensivo”. Nesta, “imputa falsamente ao Sr. Hélio Ramão Acosta a prática do crime de coação”. O interino estaria exigindo votos de uma comunidade local.
Ainda conforme a apelação do tucano, “a acusação não possui qualquer embasamento ou prova, tratando-se de uma estratégia com fins eleitorais”. Ele ainda alega que a ação visa prejudicar sua imagem pública e credibilidade.
Carta ‘amplamente disseminada’
Sustenta ainda o candidato do PSDB, que “o conteúdo da referida carta foi amplamente disseminado, sendo publicado em jornais regionais e encaminhado a deputados federais, que, por sua vez, redistribuíram a mensagem, ampliando o alcance da acusação infundada. Dessa forma, o dano à honra e à reputação do prefeito tomou proporções significativas, visto que a falsa imputação de crime passou a circular em larga escala”.
O Midiamax tentou conversar com os candidatos, mas até a publicação deste material não tinha obtido respostas. Contudo, a reportagem conversou por telefone com o defensor do candidato petista, Doutor Jorge, o advogado Luiz Fernando, que pouco quis comentar o assunto.
Ele disse, apenas, que a denúncia do prefeito interino “não tem nada a ver”. Também, que a bancada petista, dois deputados federais, Camila Jara e Vander Loubet, iriam se manifestar sobre o assunto em Brasília.
O advogado afirmou, também, que os deputados estaduais Zeca do PT, Gleice Jane e Pedro Kemp, fariam pronunciamentos sobre o caso na Assembleia Legislativa.
Ainda segundo o boletim policial, o interino e candidato do PSDB, Hélio Ramão Acosta, “solicita a devida apuração do ocorrido e a responsabilização do autor da acusação, uma vez que a ação representa um ataque direto à sua honra e à sua conduta pública”.
O que diz o ofício
Esse ofício, assinado pelo PT, pede intervenção da Força Nacional na eleição. “Recebemos diversas denúncias de que o atual prefeito, Hélio Acosta, tem coagido membros de comunidade indígena a votarem na sua candidatura, utilizando pressão e intimidação”, diz trecho.
Confira na íntegra:
Nova eleição
Foi o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), desembargador Carlos Eduardo Contar, quem assinou no dia 6 deste mês, março, a resolução 853, que definiu o dia 6 de abril como data da eleição suplementar.
Conforme o TRE, a nova eleição ocorrerá em razão da decisão colegiada proferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negando provimento ao recurso especial eleitoral para confirmar a decisão do juiz eleitoral da 1ª Zona Eleitoral, Diogo de Freitas, que indeferiu o pedido de registro da candidatura do candidato Heliomar Klabunde (MDB), que havia vencido a eleição.
O emedebista foi punido e perdeu o direito de concorrer o pleito “em razão da incidência de inelegibilidade devido a irregularidades nas contas da gestão anterior”, conforme a assessoria do TRE-MS.