Os deputados estaduais Gerson Claro (PP) e Roberto Hashioka (União Brasil), integrantes da federação União Progressistas, aprovaram a saída da base do Governo Lula anunciada pelas lideranças do bloco. O anúncio foi feito ontem, 2 de setembro, em coletiva com o presidente Antônio Rueda (União) e a presidente da federação em Mato Grosso do Sul, senadora Tereza Cristina (PP).
Para os legisladores estaduais, a mudança representa uma tomada de lado importante para o momento político do país, que se aproxima das eleições de 2026.
“Isso é natural diante da aproximação do processo eleitoral. Tanto o União Brasil, quanto o Progressista, como partidos independentes, tinham participação no governo pelo tamanho das bancadas que eles tinham. E enquanto isso não contaminava o processo eleitoral, não tinha essa discussão, mas com a aceleração da discussão do processo eleitoral, a antecipação disso, especialmente pelo governo federal, eu entendo que eles entenderam que não dá mais para fazer o debate já com o posicionamento definido, que não vai”, destacou o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Gerson Claro.
Claro considera que a saída da base não deve representar um rompimento ‘agressivo’ na relação com o governo.
“As pautas que interessam ao país, eu entendo que a Federação vai continuar votando e debatendo, mas a participação direta é o que fez o PT aqui, quando o governador Eduardo Riedel estabeleceu definitivamente que não vai estar no palanque do PT, o PT decidiu que não participaria mais do governo, as tratativas de como que é essa saída para não ter problema administrativo. Eu entendo que é o caminho da Federação, como está decidido que não estará no projeto do PT, é natural a saída agora da administração”, completou.
Hashioka, por sua vez, foi mais incisivo. “O Partido tem que tomar rumo, não tem como você ficar com um pé em cada canoa. Nesse momento, por conta da circunstância que está acontecendo na política nacional, acho que a decisão foi acertada”, afirmou.
Quanto ao apoio para a candidatura presidencial, o parlamentar garantiu que quem vier da direita receberá reforço do União Brasil.
PT critica modus operandi do Centrão
Para os deputados Pedro Kemp e Zeca do PT, aliados de Lula em Mato Grosso do Sul, a saída é apenas o reflexo histórico de partidos de centro.
“Olha, esses partidos do Centrão, na verdade, nunca foram por completo apoiar o governo do presidente Lula. Eles tiveram ministérios, mas assim, não houve uma contrapartida dos deputados, assim, 100% votando no governo. Acho que dessa forma é complicado. Acho que o partido, se ele faz opção para estar no governo, tem que estar na base do governo apoiando o governo. Então, se ficar assim em pé em cada canoa, acho que não vale a pena, né? Melhor sair”, disparou Kemp, que revelou ter pressionado o governador Eduardo Riedel sobre o palanque a Lula em 2026. Sem resposta, o partido deixou a base na Alems no mês passado.
Já Zeca considera que é preciso aguardar os desdobramentos da decisão. Segundo o deputado, há ministros que não estariam desejando entregar os cargos.
“Acho que é o comportamento da direita que se articula com o Lula. Esse pessoal sempre esteve pendurado nos cargos. Eu acho que os ministros que o Lula escolheu desses partidos, do União Brasil e o PT, são pessoas de bem que tendem a continuar com o Lula. É importante que o Lula mantenha. Se eles querem continuar, tem que manter”, disse Zeca.
Segundo o deputado, há algum tempo os ministros ligados aos partidos federados falam em se afastar oficialmente e buscar outra coligação. “Como vai abrir prazo de transferência para os deputados, tanto estadual como federal, o ano que vem, acho que a maioria vai esperar pra eventualmente, se vê que muda”, destacou.
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(Revisão: Bianca Iglesias)