Integrantes da bancada federal de Mato Grosso do Sul enxergaram de forma bastante positiva o acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio) nesta terça-feira (16), no Rio de Janeiro. Entretanto, há cautela para dizer que a medida repara os efeitos da taxação americana contra as exportações brasileiras.
O acordo com a associação europeia prevê acesso livre ou com tarifas reduzidas para quase 99% das exportações brasileiras, com impacto direto em setores como carne, soja, celulose e etanol — produtos estratégicos para Mato Grosso do Sul.
A área abrangida alcança cerca de 300 milhões de consumidores e um PIB superior a US$ 4,3 trilhões.
O deputado Geraldo Resende (PSDB), por exemplo, diz que a agenda brasileira que amplia acordos internacionais reduz a dependência de mercados específicos e fortalece a inserção global do país. Contudo, o parlamentar evita atribuir a conquista como uma resposta ao governo americano.
“Este tratado não deve ser entendido como reação imediata às sobretaxações americanas, mas como parte de uma política de longo prazo voltada à segurança econômica e à expansão sustentável do comércio exterior”, disse ao Jornal Midiamax.
O colega de partido Dagoberto Nogueira (PSDB) vai além. Ele analisa os riscos da dependência de comércio aos grandes players internacionais. O parlamentar cita com preocupação a relação entre Brasil e China.
“Isso que o Brasil fez é uma jogada que todo o país vai ter que fazer daqui para frente. O Brasil tem que participar desses acordos internacionais, abrindo cada vez mais o comércio. Eu até tenho, pra mim, uma preocupação, porque hoje nós estamos muito dependendo da China, eu acho que isso também não é bom. Eu vi uns dados aí, que quase que 70% das nossas exportações estão indo tudo pra China, então isso também é muito perigoso, porque uma hora pode acontecer o que está acontecendo com o Trump, e aí nós vamos ter muita dificuldade. A nossa sorte, no caso dos Estados Unidos, é que a gente exportava muito pouco para eles. E é muito mais a gente exportando dele para nós. Mas, com a retaliação que ele fez, o Brasil teve a competência de abrir novos mercados muito rápido”, destacou o parlamentar.
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Do lado petista, Vander Loubet viu no acordo comercial uma reação da eficiência do governo Lula em prol da soberania nacional frente às pressões americanas. O parlamentar destaca que a medida é estratégica e sinaliza esforços para restabelecer e fortalecer as relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o mundo todo.
“Sem dúvida é um passo no sentido de anular ou minimizar os efeitos da taxação do Trump. Não temos outro caminho e o presidente Lula tem essa consciência. A agenda do Governo Federal na questão do comércio exterior tem todo o nosso apoio. O Brasil precisa seguir fortalecendo seus laços diplomáticos e comerciais com o máximo de países. A diversificação e ampliação de mercados é muito importante para nosso país e para nossos setores econômicos. Em meio a essa taxação dos Estados Unidos a produtos brasileiros, inclusive itens produzidos no Mato Grosso do Sul, é fundamental que a gente tenha mais parceiros comerciais, tenha mais mercados para exportar nossos produtos. Isso é importante para a celulose do nosso estado, para as proteínas animais do nosso estado e outros produtos”, disse o petista.
Parlamentares oposicionistas também foram acionados via assessoria para comentar a medida nas relações internacionais do Brasil.
Marcos Pollon, Rodolfo Nogueira e Luiz Ovando, ambos do PL, que rechaçaram os atritos entre Lula e Donald Trump no contexto das sanções econômicas contra os brasileiros, não se manifestaram até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto.
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