Deputados de MS querem comissão para buscar soluções para falta de fraldas e insumos para crianças atípicas

Grupo com mães de crianças e adultos atípicos se reuniu na Alems nesta quarta-feira (5) em protesto

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Mães atípicas em protesto pacífico na Alems (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

A Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) vai criar uma comissão para ouvir e buscar soluções para o problema da falta de insumos de saúde, como fraldas e dietas especiais, destinadas a pessoas com deficiência, filhos das mães atípicas de Campo Grande.

Pedido de ajuda

Um grupo com cerca de 10 mulheres, mães de crianças e adultos atípicos, se reuniu na Alems nesta quarta-feira (5) em protesto com cartazes e faixas para chamar a atenção dos deputados de MS e pedir apoio.

“A gente espera que eles firmem um compromisso com a gente de fiscalizar a Prefeitura, de cobrar e olhar pra nossa situação, porque embora a maioria das liminares seja contra o município, o Estado também tem responsabilidade, e é dever dos deputados também trabalhar por essa causa”, completou. 

Resposta dos deputados

Em resposta à reivindicação, deputados da Casa Legislativa estadual solicitaram a criação de uma comissão para acompanhar a situação. A ideia é ouvir as mães, conversar com o Governo do Estado e tentar um diálogo com a Prefeitura, segundo a deputada estadual Gleice Jane (PT).

“Nós fizemos essa discussão, apresentamos isso hoje no plenário e saímos daqui já com um encaminhamento da Casa. Vários parlamentares participaram dessa discussão e se colocaram à disposição desse debate. Então nós vamos aqui criar uma comissão, saiu daqui o requerimento apresentado pelo deputado Pedro Pedrossian (PSD) para a gente criar uma comissão temporária”, explicou a deputada.

“A Constituição diz que essas mães têm direito, o que elas estão reivindicando aqui já foi determinado pelo poder judiciário”, completou.

Ao se dirigir para os colegas do plenário, o deputado estadual João Henrique Catan (PL) reforçou o pedido das mães. 

Deputado João Henrique Catan (PL). (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)
Deputado João Henrique Catan (PL). (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

“O ponto que eu quero chegar é: nós vamos ter que esperar quantas mães perderem os filhos por falta de atendimento, de remédio?”, questionou o parlamentar.

“Se um deputado atípico viesse a trabalhar aqui e não tivesse ajuda de custo do poder judiciário para usar fralda, será que alguém ia conseguir receber esse deputado no plenário? Quantos parlamentares aqui já não têm em sua família filhos especiais e atípicos? Chega!”, defendeu o deputado. 

Próximos passos

“Acho que começamos o ano bem porque toda a Assembleia entendeu que essa é uma pauta do poder legislativo estadual também. Já não é a primeira vez que essas mães vêm aqui, que estão fazendo esse movimento, mas acho que hoje começamos o ano tentando encontrar alternativas de solução para essas mães”, avaliou Gleice Jane. 

Segundo a deputada, vários parlamentares assinaram o requerimento para a criação da comissão. “A princípio, assinou a deputada Lia Nogueira (PSDB), o requerimento foi apresentado pelo deputado Pedro Pedrossian, assinado pelo deputado Neno Hazuki (PL), deputado João Henrique Catan (PL), e eu também assinei”, detalhou Gleice Jane. 

Deputada Gleice Jane (PT). (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)
Deputada Gleice Jane (PT). (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax).

Esses foram os primeiros a aderir à criação da comissão, mas outros também poderão assinar. “Isso ainda passa pela mesa diretora que vai determinar, realmente, a construção dessa comissão”, concluiu. 

Há 2 anos as mães lutam para ver cumpridas as ordens judiciais de maneira frequente por parte da Prefeitura de Campo Grande.

Fornecimento

Na última sexta-feira (31), a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou que começaria a entregar nesta semana, a partir da segunda-feira (3), um total de 45 mil fraldas. 

As entregas são escalonadas e acontecem no CEM (Centro Especializado Municipal), também conhecido como Centro de Especialidades Médicas Presidente Jânio da Silva Quadros, no bairro São Francisco.

No entanto, segundo as mães, as entregas estão atendendo apenas cerca de 10% das pessoas que chegam lá porque é feita em quantidade inferior às necessidades das famílias.

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