O deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB-MS) enxerga na eventual prisão de Jair Bolsonaro (PL) um dos possíveis resultados do julgamento que se inicia na terça-feira (2), no STF (Supremo Tribunal Federal), vantagens para a despolarização do país.
Ao Jornal Midiamax, ele comentou a presença do ex-presidente no banco dos réus e compara a situação do líder da direita com seu principal opositor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi preso em abril de 2018 acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Lula teve os processos anulados no STF e retornou ao Planalto em 2023 após vencer Bolsonaro nas urnas.
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“A situação já é mais do que esperada. Eu acho que ele vai ser condenado, porque não tem como, as provas são extremamente contundentes. E ele vai cumprir aí uma pena. Eu não acredito que ele fique muito tempo preso, assim como o Lula não ficou. Mas ele vai ficar inelegível, então isso também tem uma coisa boa, sai dessa polarização de Lula e Bolsonaro. Isso aí [a polarização] não tem sido bom para o país”, disse.
Bolsonaro entre os réus
Jair Bolsonaro, 38° presidente da República do Brasil, enfrentará o julgamento da 1ª Turma do STF a partir desta terça-feira (2).
Ele e outros sete acusados nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 são julgados por pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Somente o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal, conseguiu benefício de suspensão de parte das acusações, respondendo assim a três dos cinco crimes. A regra é garantida na Constituição.
Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Além de Bolsonaro e Ramagem, integram o banco dos réus:
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O julgamento pode levar para a prisão o ex-presidente da República e generais do Exército pela acusação de golpe de Estado. A medida é inédita desde a redemocratização do país.
A 1ª Turma é composta por Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Foram reservadas cinco sessões para o julgamento, que ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
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(Revisão: Bianca Iglesias)