Campo Grande sediou nesta terça-feira (30) a “Agenda Climática Pré-COP30 Bioma Pantanal”, um encontro para discutir o papel central do Pantanal na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. O evento reuniu governadores e autoridades para alinhar estratégias e reforçar a mensagem de que a cúpula, embora sediada na Amazônia, deve abranger todos os biomas brasileiros.
A CEO e representante da presidência da COP30, Ana Toni, destacou o caráter inédito da iniciativa.

“Pela primeira vez está acontecendo COPs dos biomas em preparação a uma COP do clima”, afirmou. Segundo ela, há uma oportunidade única de unir os debates sobre biodiversidade e mudanças climáticas, que por muito tempo foram tratados de forma separada.
“Apesar de ser na Amazônia, é uma COP de todos os biomas, e o Pantanal é um bioma fundamental para todos nós, então vai ter uma proeminência muito grande”, completou Ana Toni.
Anfitrião do evento, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), defendeu o modelo de desenvolvimento sustentável do estado.

“A produção e preservação caminham juntos. A nossa produção agropecuária está sendo responsável por nós atingirmos em 2030 a condição de um estado carbono neutro”, disse. Ele citou a recuperação de 5 milhões de hectares de pastagens degradadas nos últimos dez anos e afirmou que os programas de incentivo estaduais têm como lógica o balanço de carbono.
Também esteve presente o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que preside o Consórcio Brasil Verde. O capixaba ressaltou a importância do papel dos estados na implementação das políticas ambientais.

“Quem conhece mais o Pantanal é o Mato Grosso do Sul e o Mato Grosso e pode nos liderar nas ações de proteção, de preservação, de combinação de atividade econômica com proteção ao meio ambiente”, declarou, apontando a economia verde como uma grande oportunidade para o Brasil.
Representando o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, o secretário executivo de Meio Ambiente do Estado, Alex Sandro Antonio Marega, frisou que o foco atual diante das mudanças climáticas deve ser a adaptação. “Não se discute como evitar, mas como se adaptar”, afirmou, lembrando que 90% do Pantanal ainda está preservado.

O governador Mauro Mendes não pôde comparecer por estar se recuperando de fraturas nas costelas. O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, também cancelou a vinda por ter acabado de retornar de uma viagem a Nova York.
O evento
O Pré-COP30 Bioma Pantanal é realizado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). A organização contou com a parceria do Consórcio Brasil Verde e do Centro Brasil no Clima (CBC).
O encontro aconteceu no auditório da Faculdade Insted, em Campo Grande e tem como propósito reunir governadores, representantes do Governo Federal, organismos internacionais e pesquisadores para discutir sobre como o Pantanal pode se tornar uma referência mundial em políticas de mitigação, adaptação e financiamento climático.
O resultado consolidado do dia é a “Carta do Pantanal”, um documento que será entregue à representante da Presidência da COP30.
Programação
Pela manhã foi realizada a recepção e credenciamento dos participantes. A abertura oficial contou com a presença dos governadores Eduardo Riedel (MS) e Renato Casagrande (ES), do secretário executivo de Meio Ambiente do Mato Grosso, Alex Marega, e da diretora-executiva da COP30, Ana Toni.
Também participaram o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, e representantes da ONU, da Assembleia Legislativa de MS, da bancada federal, de prefeituras pantaneiras e do Conselho de Reitores de MS.
Ainda pela manhã ocorreu o painel “Mutirão Territorial”, debatendo sobre o protagonismo subnacional na agenda climática, com a participação dos governadores e de Ana Toni. A moderação foi do ambientalista Fábio Feldman.
Antes do almoço, coletiva de imprensa deve reunir os governadores Eduardo Riedel e Renato Casagrande, além das autoridades ambientais, para debater os principais pontos e compromissos discutidos pela manhã.
No período da tarde estão previstos ainda:
14h00 – Painel “Mudanças Climáticas e Biodiversidade”:
Discussão técnica com a participação de representantes do governo do Mato Grosso, da Embrapa Pantanal e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
15h15 – Painel “Financiamento Climático e Meios de Implementação”:
Debate sobre os caminhos para financiar a transição justa no Pantanal, com a participação de representantes da Semadesc, da ONG SOS Pantanal e do Instituto Clima e Sociedade (iCS).
16h30 – Encerramento:
Apresentação dos resultados e encaminhamentos consolidados na “Carta do Pantanal”, que será entregue à Presidência da COP30 como contribuição dos estados e municípios pantaneiros.
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