A comitiva brasileira que está nos Estados Unidos tentando barrar o tarifaço anunciado por Donald Trump impondo 50% de tarifa aos produtos do Brasil deve se reunir com senadores e deputados nesta terça-feira (29).
Hoje, o grupo terá reuniões fechadas com parlamentares americanos ao longo do dia, em tentativa de retomar o diálogo político entre os dois países e reforçar a posição institucional do Brasil diante da medida anunciada por Donald Trump.
A comitiva liderada por Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, tem apostado no peso simbólico e diplomático da visita para mobilizar apoio no Congresso americano e no setor privado.
A tarifa, que atinge diretamente exportações brasileiras de produtos como aço, alumínio, alimentos e manufaturados, pode gerar prejuízos de até R$ 175 bilhões em dez anos, segundo estimativas da Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais).
“Essa missão é o primeiro passo de uma reaproximação institucional entre os parlamentos do Brasil e dos Estados Unidos. A gente sabe que não é aqui que vamos resolver o problema das tarifas, mas viemos mostrar que o Senado brasileiro está disposto a abrir o diálogo e construir pontes”, afirmou o senador Nelsinho Trad, após reunião com membros da U.S. Chamber of Commerce, maior organização empresarial do mundo, que representa milhões de empresas de todos os setores da economia norte-americana.
Na ocasião, os senadores articularam apoio a uma manifestação conjunta da Câmara de Comércio americana pedindo ao governo dos EUA o adiamento da tarifa. A justificativa é que a medida afeta a previsibilidade de empresas, inclusive americanas, e coloca em risco cadeias produtivas inteiras — em especial nos setores de alimentos e perecíveis.
“Não viemos com bandeira ideológica, viemos com dados e responsabilidade. O ‘não’ nós já temos, viemos correr atrás do ‘sim’”, disse Trad, após encontro com executivos da Cargill, ExxonMobil, Johnson & Johnson, Caterpillar e entre outros.
A missão ouviu também especialistas do mundo jurídico, econômico e político, como Stephen Vaughn, que integrou a primeira gestão Trump. Alertaram que, mesmo com possíveis derrotas judiciais, a Casa Branca pode reinstaurar tarifas por intermédio de outros instrumentos. Daí a importância de atuar no Congresso e de manter canais abertos entre os poderes legislativos dos dois países.
As reuniões com congressistas americanos — que incluem democratas e republicanos — começam às 10h15 (horário de Washington) e serão restritas aos parlamentares. Os nomes dos interlocutores não foram divulgados. Ao final do dia, os senadores devem conceder entrevista informal (quebra-queixo) à imprensa às 18h30, na escadaria principal do Capitólio — a referência é livraria do Congresso.
Além do senador Nelsinho Trad e Tereza Cristina, também fazem parte da comissão, Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC). A missão foi aprovada por unanimidade no plenário do Senado.
Na quarta-feira (30), às 8h30, os parlamentares se reúnem com representantes da Americas Society / Council of the Americas, entidade que reúne lideranças da sociedade civil e do setor empresarial com foco no fortalecimento das relações interamericanas.
Em seguida, às 10h15, os oito senadores participam de coletiva de imprensa oficial na Embaixada do Brasil em Washington, com balanço da missão.
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