Após a abertura dos painéis do evento “Pré-COP30 Bioma Pantanal” em Campo Grande, autoridades e representantes da sociedade civil destacaram a necessidade de ações concretas para a conservação, mas também apontaram falhas na representatividade do próprio encontro.
A representante da presidência da COP30, Ana Toni, afirmou que a conferência de Belém buscará o “casamento de preservação e economia” e que é preciso sair de um “debate mais etéreo, mais subjetivo” para olhar o que já funciona nos estados e dar escala a instrumentos econômicos que beneficiem a população.

Na mesma linha, o governador Eduardo Riedel (PP) frisou a importância da “concretude de políticas públicas ou privadas para a conservação”.
Ele citou a lei de proteção ao Pantanal de Mato Grosso do Sul e programas de incentivo como exemplos de ações que o estado levará para a cúpula do clima. “Acho que cada estado vai buscar seu produto, sua linha de atuação. Mato Grosso do Sul fez isso, vamos levar isso para a COP”, declarou.

Representando a Fundação pela Justiça Ambiental, Luciana Leite informou ter entregue uma carta aos governadores e à representante da COP. O documento pede que “coloquem o pantanal e outras áreas úmidas no centro da agenda do clima”.
A justificativa, segundo ela, é baseada em dados científicos: “as áreas úmidas, apesar de cobrirem apenas seis por cento da superfície do planeta, estocam mais carbono do que as florestas do mundo juntas”.

Luciana ainda fez uma crítica à falta de representatividade do evento. “Apesar da presença da reitora Camila e da Ana Toni, a gente vê os espaços sendo ocupados majoritariamente por homens”, observou, destacando a importância da presença de figuras como o Coronel Ângelo Rabello, do Instituto Homem Pantaneiro, e o presidente do SOS Pantanal, Alexandre Bosque.
Ela finalizou com um apelo para que futuros eventos lembrem “de ter representatividade não só de mulheres, mas também de povos tradicionais, de povos indígenas, que a gente não viu presente nos painéis hoje”.