Apenas seis vereadores foram favoráveis à proposta de ter ar-condicionado nos novos ônibus do Consórcio Guaicurus. Pelo menos cinco parlamentares estavam ausentes na sessão que votou o veto do Projeto de Lei ‘Ar no Busão’, na manhã desta quinta-feira (4), na Câmara de Campo Grande.
A proposta, do vereador Landmark Rios (PT), obriga o Consórcio Guaicurus a instalar ar-condicionado nos novos ônibus, mas, dos 24 parlamentares presentes, apenas seis foram favoráveis à derrubada do veto do Executivo que alega ”vício de iniciativa” e a possibilidade de reequilíbrio financeiro no contrato com o Consórcio Guaicurus.
Antes de ir para o Executivo, no dia 26 de junho, a proposta foi aprovada por quase todos os vereadores, mas a maioria dos parlamentares, antes favoráveis à proposta, preferiu agora manter o veto na sessão ordinária de hoje. Os que são favoráveis ao “Ar no Busão”, além do autor da proposta, Landmark, foram: Luiza Ribeiro (PT), Jean Ferreira (PT), Coringa (MDB), Dr. Lívio (União Brasil) e Maicon Nogueira (PP). Wilson Lands (PL) disse ser favorável, mas o voto dele não foi contado, por não estar no plenário.
Para que a climatização se tornasse lei, eram necessários 15 votos para derrubar o veto. Para Landmark, a votação foi um teste direto para aqueles que, há pouco mais de dois meses, levantaram a mão em apoio à iniciativa. A relatora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o Consórcio Guaicurus, Ana Portela (PL), e o presidente da Câmara, Papy (PSDB), estavam entre os ausentes na sessão.
Pouco antes da votação do veto, os vereadores entraram em divergência, já que alguns queriam que a proposta fosse votada nominalmente, o que acabou não acontecendo.
O vereador Landmark, que tem articulado para conseguir os 15 votos necessários, afirma que a decisão mostrará quem está realmente ao lado da população.
“Essa votação é um divisor de águas. O trabalhador que pega ônibus todos os dias, debaixo do calor, merece mais dignidade. O ‘Ar no Busão’ é uma medida justa, necessária e possível. Quem votar contra estará votando contra o povo”, provocou o parlamentar.
A vereadora Luiza Ribeiro também questionou o serviço oferecido pelo Consórcio Guaicurus, alegando que o usuário paga caro para correr riscos.
“A situação da frota é gravíssima. Identificamos a irresponsabilidade do Consórcio Guaicurus. As pessoas pagam caro para correr riscos. Uma cidade como Campo Grande, viver nessas condições, é um absurdo. Temos temperaturas altíssimas. O diretor do Consórcio Guaicurus teve a capacidade de dizer que não adianta colocar ar-condicionado. Aquele aço do ônibus esquenta e aquece, fazendo ficar um calor insuportável”, afirma Luiza Ribeiro.
Líder da prefeita na Casa de Leis, vereador Beto Avelar (PP) alegou que, no momento, não seria possível a proposta ser colocada em prática. “Desde a primeira gestão, a Casa vem buscando melhorar as tarifas, mobilidade urbana, terminais e, principalmente, a qualidade dos ônibus. Ontem foi extremamente quente. O ar-condicionado no ônibus é muito importante, todos nós queremos, mas temos que verificar, pois precisamos seguir as leis, e ela precisa ser cumprida. O projeto tem vício. Não podemos interferir em um contrato que já está vigente”, disse Beto.
Coringa questionou o valor da passagem do transporte público e disse que o Consórcio Guaicurus não oferece o serviço à altura da cobrança que faz.
“Os passageiros pagam uma das passagens mais caras do Brasil e não recebem o serviço de qualidade. As pessoas só querem um bom serviço. Se tiver qualidade, vai atrair muitos clientes. Defendi a CPI, que vai apontar vários erros, inclusive na hora de assinar o contrato. Ar não é mais luxo, é qualidade de vida”, destacou Coringa.
*Matéria editada às 13h25, para acréscimo de informações.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)