Mato Grosso do Sul pode ter que procurar outros parceiros comerciais para exportar a carne produzida no Estado, caso a taxação de 50% aos produtos brasileiros imposta pelo presidente Donald Trump se concretize e passe a valer a partir de 1º de agosto.
Esse é um panorama traçado pelo deputado estadual Rinaldo Modesto (Podemos), após os frigoríficos de MS ‘romperem’ com os EUA e anunciarem a pausa nas exportações de carne ao país.
“Carne é uma das matrizes econômicas mais fortes do nosso Estado. Cabe a gente procurar outros parceiros comerciais, mas enfim espero que essa situação seja resolvida quanto antes”, diz o parlamentar ao Jornal Midiamax.
Para Modesto, Trump usa as medidas para pressionar e negociar com os países e que “depois volta atrás” das decisões. “Ao mesmo tempo, acaba misturando essa questão comercial, que faz parte dos tratados entre os países, com uma questão política”, diz.
Segundo o deputado, as questões políticas que envolvem toda a movimentação de Trump devem ficar no âmbito nacional. “Acredito que nós é que devemos resolver aqui. Até porque o Brasil, com mais de 210 milhões de brasileiros, é uma democracia e temos a justiça. Eu vejo que nós é que temos que resolver os nossos problemas internos”, avalia o parlamentar.

Produção de carne continua normal
A decisão dos frigoríficos em MS em suspender as exportações de carne bovina aos Estados Unidos pode baixar o preço da proteína no mercado interno. Entretanto, o Governo do Estado vê como grave a perda de competitividade das cadeias produtivas do Estado com o tarifaço.
Apesar da medida, o Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de MS) reforçou ao Jornal Midiamax que as plantas frigoríficas continuam com os abates normalmente. Porém, a exceção seria para as que estão habilitadas a enviar ao mercado norte-americano, que devem reduzir as escalas de abates.
Assim, conforme o titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, uma das alternativas seria vender essa carne bovina para o mercado interno, o que poderia aliviar o preço no bolso dos sul-mato-grossenses. Outro ponto de alerta seria o tempo de demora para conseguir exportar parte desta produção para outros países.
“A gente não consegue colocar esse produto rapidamente em outro mercado internacional. A consequência seria colocar esse produto no mercado interno sul-mato-grossense, mercado interno brasileiro, o que obviamente pode haver um aumento de oferta e também uma redução de preço e, na sequência, até uma redução de preço da arroba do boi aos produtores. Por isso que é tão preocupante esse tarifaço”, explicou.
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