Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais para comentar a condenação do político no julgamento do Supremo Tribunal Federal, que determinou 27 anos de prisão por tentativa de golpe de estado e outros 3 crimes.
Para bolsonaristas, não se trata de justiça, mas sim de perseguição.
A senadora Tereza Cristina, ex-ministra de Agricultura e Pecuária da gestão de Bolsonaro, lamentou a condenação e disse estar comprometida com a reversão da medida imposta ao ex-presidente.
“O presidente Bolsonaro foi alvo hoje de grande injustiça, com pena altíssima! Minha total solidariedade a ele e sua família. Vamos seguir lutando e trabalhando para corrigir esse grave erro. Como senadora e como brasileira, não posso ficar calada diante do que considero uma decisão desproporcional”, disse a parlamentar.
Na Câmara dos Deputados, Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira —ambos do PL— se manifestaram.
“A campanha de assassinato de reputação feita no processo show, que de processo só tem um nome, infelizmente na corte mais alta do Brasil, se concretiza. Condenaram o nosso presidente. Mas, não condenaram só o Bolsonaro, condenaram a esperança”, afirmou Pollon destacando o efeito do voto antagônico de Luiz Fux para encorajamento dos apoiadores do ex-presidente contra a decisão.
“Nós não teremos medo. Assim como Luiz Fux teve coragem de trazer no seu voto praticamente todos os pontos que são denunciados todos os dias por parlamentares, por advogados e por pessoas que simplesmente olham com honestidade para o que está acontecendo, leva esse processo ao recurso. Não sepultarão a nossa esperança, não sepultarão o direito dos nossos filhos e dos filhos dos nossos filhos em crescer num país justo. Não sepultarão Jair Messias Bolsonaro”, ressaltou.
Rodolfo Nogueira considerou a decisão dos ministros revanchismo político. “O STF acaba de mostrar ao mundo sua face mais imoral. Num julgamento fraudulento, condenaram um inocente: Jair Bolsonaro. Esse julgamento, trata-se de um teatro armado, com um enredo e um final escritos há muito tempo”, disse.
O parlamentar destacou que a condenação de Bolsonaro é a condenação de todos que ainda ousam defender Deus, Pátria, Família e Liberdade.
Os parlamentares estaduais de Mato Grosso do Sul, aliados do ex-presidente, destacaram a condenação como ato de retaliação.
João Henrique Catan (PL) disse se tratar de “um julgamento viciado, injusto, nulo”. Ele destacou que o voto de Fux pode surgir como base de estratégia recursal.
“Ninguém esperava um voto tão técnico, tão constitucional, como esse que nos surpreendeu do ministro Luiz Fux. Percebam que agora legitima um recurso, ainda que indireto, por meio de habeas corpus, ao plenário, onde lá nós já sabemos que tem algumas pessoas”, afirmou.
O colega de parlamento, Coronel David (PL), acusa viés político na decisão de condenação de Bolsonaro. Em postagem nas redes sociais, ele sugere que a democracia tenha sido distorcida no processo.
“Um julgamento conduzido por interesses políticos jamais poderá ser chamado de Justiça. O que vimos foi a perseguição de um homem que representa milhões de brasileiros. Não é Bolsonaro apenas o condenado — é a vontade popular que foi ferida. Quando a democracia é calada nos tribunais, todo cidadão perde a sua voz”, destacou.
Condenação
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados na ação penal relativa a uma trama golpista, em uma votação que terminou com placar de 4 a 1.
Os réus foram considerados culpados por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, propôs uma pena de 27 anos e três meses de prisão para Bolsonaro. Ao fundamentar o pedido, Moraes mencionou a idade do ex-presidente como um fator para atenuar parte da sanção, mas ressaltou a culpabilidade desfavorável, afirmando que Bolsonaro contribuiu para “induzir a população” a atacar o sistema eleitoral brasileiro.
Acompanharam o voto do relator pela condenação os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O ministro Luiz Fux divergiu, votando pela absolvição de Bolsonaro e outros cinco réus, mas pela condenação de Mauro Cid e do general Braga Netto unicamente pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito.
Com exceção do deputado federal Alexandre Ramagem, condenado por três dos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os demais foram condenados por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
Após a fase de votação, a Turma iniciou a dosimetria, que consiste na definição do tempo de pena para cada condenado. A prisão dos réus não será imediata, pois só será efetivada após a análise de eventuais recursos.
Relação dos condenados:
- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022;
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
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