Audiência na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul cobrou a reabertura parcial do Morenão, visando competições estaduais e nacionais. A liberação pleiteada ocorreria enquanto o estádio universitário aguarda possível concessão. Reunião desta terça-feira (17) contou com a presença de deputados, representantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e FFMS (Federação do Futebol de Mato Grosso do Sul).
Assim, a Comissão Temporária de Representação para acompanhamento das obras do estádio, por meio do deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD), cobrou a reabertura. O parlamentar pediu que o Estado realiza reforma parcial das instalações.
Logo, liberariam o Morenão para até 8 mil pessoas, com possibilidade de sediar jogos do estadual e competições nacionais. “Objetivo de curtíssimo prazo. Sair daqui com cronograma de quando poderemos reabrir o Morenão”, destacou o deputado.
Campo e vestiário
A liberação está na lista de prioridades da FFMS, que se colocou à disposição para reforma do campo do estádio e vestiários. O presidente da Federação, Estevão Petrallas, disse que conversou com a CBF sobre a reabertura do Morenão.
“Eu tratei o assunto, possivelmente, de uma troca de gramado, de um sistema de irrigação. Cheguei recentemente a estar presente em uma reunião com a reitora Camila, onde eu me coloquei à disposição para cuidar da área toda debaixo do estádio”, afirmou Petrallas. O presidente citou vestiários, gramado, pistas e os bancos de reservas na área inferior do estádio.
A busca pela reabertura foca em reforma parcial. “Mesmo que seja parcialmente nas arquibancadas cobertas e nas cadeiras. Estou muito animado”, disse sobre a possibilidade do Estadual no estádio.
No entanto, para aprovação da reabertura, também é necessária reforma de outras áreas do estádio, como acessibilidade, arquibancadas e segurança.
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Recurso
O secretário estadual de Esporte, Marcelo Miranda, afirmou que o Estado não garante reforma parcial para reabertura do estádio. Isso porque existe solicitação de estudo para viabilidade da concessão.
Ademais, lembrou da última reforma prevista para o Morenão, com aporte de R$ 9 milhões. “Fapec apresentou um projeto que não conseguiu executar”, disse o secretário. Então, apontou que a obra resultou no uso de R$ 3,5 milhões para reforma de banheiros e vestiários. Houve devolução do restante do valor.
Neste sentido, reforçou que há necessidade de um estudo antes de colocarem em prática uma nova obra. Miranda apontou que só seria possível reabrir se fosse a primeira etapa de um projeto maior. “Se pudermos fazer em etapas, ótimo, mas a solução tem que ser definitiva”, pontuou.
Presidente da bancada federal de MS, a senadora Soraya Thronicke (Podemos) aponto possibilidade de empréstimo com o o BNDES. “É importante que nós possamos reabrir o morenão e que, no momento inclusive, que há uma convergência de ideias”.
Também deve se reunir com os outros parlamentares federais de MS. “Vou tentar também viabilizar algo por meio da bancada federal, nem que seja para o próximo orçamento, mas que nós possamos assumir um compromisso perante quem vai fazer a obra, ou o governo do Estado, ou o governo federal, de repente, ou uma PPP”.
‘Vergonha’
Petrallas acredita que a manutenção dos portões fechados traria ‘vergonha’ para o Estado. Isso porque o Operário teria que se deslocar para competir a Copa do Brasil em 2025.
Neste ano, ajustes no Jacques da Luz, nas Moreninhas, permitiu a competição em Campo Grande. Contudo, ano que vem o time pode não conseguir. “Corre o grande risco de passar a vergonha”, opinou Petrallas.
Os presidente dos clubes estaduais participaram da audiência. Segundo eles, a abertura parcial é alternativa para manter os times nas disputas. Coronel Nunes, presidente do Operário, citou a necessidade de competirem na Capital.
Presidente do Comercial, Marlon Brante disse que esperam subir de divisão e jogar o estadual e o ‘comerário’ no Morenão em 2025.
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Entraves da concessão
Até lá, nova reunião acontecerá justamente para debater os entraves da concessão. Representantes do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Polícia Militar e Corpo de Bombeiros também devem participar do encontro em setembro.
O grupo poderá dar alternativas para a reabertura do estádio, com possíveis soluções provisórias. Entre as discussões sobre segurança das instalações, está o uso do fosso — área entre o campo e a arquibancada. Anteriormente vista como segura, agora a faixa de ‘contenção’ é considerada insegura.
Além dos ajustes de cláusulas sobre a concessão e o estudo solicitado pelo Estado à UFMS sobre a viabilidade, o uso do espaço para atividades universitárias poderia atrasar a PPP (Parceria Público Privada).

Relembre eventos que marcaram a história do Morenão:
- interdição do estádio pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) em 2014;
- realização de obras de adequação para reabertura parcial em 2016;
- entrega do estádio ao torcedor, com capacidade limitada, em 2017;
- novas obras emergenciais para o Campeonato Estadual em 2020;
- termo de reforma entre o Governo do Estado e a UFMS em 2021.