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Política

Atleta trans critica projeto que define sexo biológico como critério esportivo: “inconstitucional”

Câmara de Campo Grande aprovou projeto após jogadoras cis se recusarem a competir com atleta trans
Dândara Genelhú, Anna Gomes -
futebol ato atleta trans
Ato de solidariedade para atletas trans de Campo Grande. (Eliel Dias, Jornal Midiamax)

Nesta terça-feira (23), a Câmara de aprovou o Projeto de Lei 11.526/25, que estabelece o sexo biológico como único critério esportivo para formação de equipes em Campo Grande. Ou seja, proíbe a participação de jogadores trans nos times. A aprovação gerou críticas entre jogadoras trans da Capital, que apontaram o texto como inconstitucional.

O projeto aprovado vale para a escolha de competidores em competições esportivas oficiais realizadas em Campo Grande. Então, proíbe a participação de transexuais em equipes que correspondam ao sexo oposto ao de nascimento. Os vereadores Rafael Tavares (PL) e André Salineiro (PL) assinam a matéria.

A jogadora de , Micaela Lima, 41 anos, participou da sessão na Câmara de Campo Grande. “Eu sou atleta e profissional de educação física, formada na Uni Araguaia de Goiás. Vim aqui, estou no meu horário de almoço, deixando bem claro. Vim aqui ver essa barbaridade que está acontecendo na Câmara Municipal”, comentou.

Na Casa de Leis, o projeto foi aprovado em regime de urgência. A matéria não passou pelas Comissões da Câmara. “Não teve uma audiência pública”, ressaltou a atleta.

Testes rigorosos

Para a jogadora, “cabe às federações definir os critérios, porque as pessoas trans passam por rigorosos testes hormonais”.

Logo, destacou que as atletas trans realizam pelo menos um teste por mês para liberação nos jogos. “É um ano de nível hormonal, são 12 testes durante um ano, antes da primeira participação”, detalhou.

Além disso, pontuou que os níveis de hormônios devem estar controlados para inclusão da atleta na equipe. “Não é você colocar um homem na quadra. E o Estado, Democrata e de Direito, já nos reconhece como mulher. Então, assim, é um projeto totalmente inconstitucional”, criticou.

Por fim, Micaela criticou os votos favoráveis que aprovaram a matéria. “Falam tanto que fomentam o esporte, preocupação com o feminino, com a mulher, mas os índices feminicídios estão altíssimos na nossa Capital, no nosso Estado”.

ENTENDA – Mulheres se negam a jogar contra time com atleta trans em campeonato amador de MS

Da recusa de partida à homenagem

Uma partida de futebol feminino foi cancelada após mulheres se negarem a jogar contra um time com uma atleta trans em Mato Grosso do Sul. O jogo seria entre Leoas e Fênix, ambos times femininos de Campo Grande.

Marcada para 6 de setembro, a partida foi dada como encerrada logo no início, marcando vitória para Fênix. Isso porque o clube Leoas não entrou em campo, devido à composição da equipe adversária com uma atleta trans.

Após o ocorrido e manifestação do organizador, que esclareceu a retirada do time Leoas da competição, as atletas que se recusaram a jogar contra a jogadora trans receberam homenagem na Casa de Leis. O vereador Rafael Tavares entregou moção de apoio às atletas que desistiram da partida.

Jogadora se sentiu acolhida pelas colegas. (Eliel Dias, Jornal Midiamax)

Ato de solidariedade

Times de futebol feminino de Mato Grosso do Sul se uniram em Campo Grande para ato de solidariedade à atleta trans que compete em campeonato amador. O manifesto deste domingo (14) ocorre uma semana após o time da atleta ganhar por WO, quando as adversárias deixaram o campo.

Integrante do Vecent’s Sena, Fernanda Kunzler, 42 anos, organizou a manifestação em prol da atleta do Fênix Clube. “Nós organizamos uma faixa em apoio a essa situação que ocorreu com a Adriana no último dia 6, que a gente achou muito constrangedora”, disse.

Assim, justificou que “embora tenha sido argumentada dentro de regulamento, da inexistência disso, de informações, nós achamos, acima de tudo, muito excludente, muito discriminatória, muito preconceituosa”. A integrante do time solidário à atleta disse que o futebol feminino não deve ser cenário de preconceito.

“O futebol feminino é um espaço acolhedor, precisa ser um espaço democrático também”, pontuou Fernanda.

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