Após críticas proferidas por diversos parlamentares petistas de Mato Grosso do Sul ao posicionamento do governador Eduardo Riedel (PSDB), que defendeu a revisão de penas e a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o Partido dos Trabalhadores (PT) se reuniu e decidiu que continuará compondo a base de apoio ao governo tucano, mas com uma postura crítica.
Segundo o presidente estadual da sigla, Vladimir Ferreira, a bancada federal do PSDB na Câmara, composta pelos deputados Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, tem demonstrado, em sua maioria, apoio aos projetos do Governo Lula na Casa de Leis.
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“Eu conversei com alguns parlamentares do PT e nós temos o apoio de deputados da bancada federal a projetos do governo Lula. Dos três deputados do PSDB, dois, com certeza, acompanham o governo nas votações”, afirmou ele, referindo-se aos parlamentares Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende.
Em relação ao condicionamento do apoio do partido em Mato Grosso do Sul à reeleição do governador Eduardo Riedel ao apoio do tucano à reeleição de Lula, Ferreira declarou que a solicitação do partido se limita ao afastamento do chefe do Executivo estadual dos radicais da extrema-direita.
“Nós não estamos condicionando apoio ao Lula, mas sim um distanciamento, um afastamento dos radicais do Bolsonaro. Sabemos até porque eles vão para um partido, e esse partido deve ter uma candidatura nacional. No entanto, nós não estaremos em nenhum palanque que esteja a serviço de Bolsonaro e sua turma”, enfatizou.
Em nota encaminhada à imprensa após a reunião realizada com as lideranças nesta segunda-feira (7), o partido afirmou que qualquer decisão referente ao apoio a Riedel será debatida em colegiado, em diversos níveis.
“As consequentes medidas políticas decorrentes dessa nossa posição serão tomadas em consonância com nossa base partidária, a Direção Nacional do PT e o núcleo político do Governo Lula, levando em conta nossa prioridade de reelegermos o nosso projeto nacional, com ampliação das nossas bancadas e a conquista de uma das vagas ao Senado”, afirmou o documento.
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Confira a nota na íntegra:
“A Executiva Estadual do PT reunida nesta segunda-feira, 07/04/2025, com a presença da Bancada de Deputados e Deputadas Estaduais e Federais, vem a público manifestar sua total oposição a manifestação do Governador do Estado, Eduardo Riedel, em favor da anistia aos golpistas extremistas do dia 08 de janeiro de 2023. Dada à gravidade dos fatos, essa posição é inaceitável.
A direção do PT cobra coerência do Governador, tendo em vista que nas eleições de 2022, em respeito aos valores democráticos, à civilidade na política, contra o negacionismo e o extremismo, o PT apoiou Eduardo Riedel no segundo turno das eleições.
A extrema direita, para quem o Governador defende anistia, foi derrotada, e nos causa indignação essa manifestação de apoio. Acreditamos que é, no mínimo, incoerente para quem quer se apresentar como democrata e defensor da soberania popular expressa nas urnas.
Ao falar no caráter humanitário de um projeto de anistia, cobramos que esse sentimento esteja presente no respeito às comunidades indígenas e às famílias acampadas, que rotineiramente são tratadas com violência por reivindicarem seus direitos à terra, à água e à vida.
Quanto a obrigação do Congresso em votar um projeto de anistia (rejeitado por 62% do povo brasileiro), entendemos que existem pautas mais urgentes e necessárias, como, por exemplo, a isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e a cobrança justa do imposto dos milionários. É isso que o povo espera do Congresso com o apoio dos governadores.
É verdade, quando o Governador diz que, “ Não dá para errar de novo e no mesmo lugar”, porque o Brasil já cometeu o erro de aprovar uma anistia que perdoou os crimes cometidos pelos militares após o Golpe de 1964, que prendeu, torturou e matou cidadãos brasileiros. Tal fato, permitiu que os golpistas do dia 08 de janeiro de 2023 fizessem o que fizeram, imaginando que mais uma vez sairiam impunes. Sendo assim, uma nova Anistia é errar novamente no mesmo lugar.
Desta forma, o PT de Mato Grosso do Sul reafirma o seu compromisso histórico e programático com a democracia, e qualquer caminho que não aponte para esse objetivo não contará com nosso apoio.
As consequentes medidas políticas decorrentes dessa nossa posição serão tomadas em consonância com nossa base partidária, a Direção Nacional do PT e o núcleo político do Governo Lula, levando em conta nossa prioridade de reelegermos o nosso projeto nacional, com ampliação das nossas bancadas e a conquista de uma das vagas ao senado.
Comissão Executiva Estadual do PT/MS”
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