Nas eleições de 2018, as redes sociais influenciaram a decisão de votos de quase metade da população brasileira. A pesquisa nacional Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internet, realizada em 2019 pelo DataSenado, confirmou que 45% dos entrevistados afirmaram ter decidido os nomes das urnas por meio de conteúdos em plataformas como Instagram, Facebook, X (antigo Twitter) e WhatsApp.
A quase um ano de disputarem novo pleito, em 2026, a bancada federal de Mato Grosso do Sul míngua engajamento abaixo da média em uma das principais plataformas do momento, o Instagram. Os dados são do monitor AppSorteos, que analisa gratuitamente os dados de contas empresariais apontando o índice de relevância dos perfis.
A taxa de engajamento representa o nível de envolvimento que o público possui com o político na rede, representando diretamente a capacidade de aderência no dia a dia do milhares de usuários que ‘rolam’ a tela em busca do conteúdo mais interessante e envolvente.
A análise da ferramenta considera as últimas 24 postagens realizadas.
Nesta sexta-feira, 5 de setembro, o parlamentar que melhor se destacou na análise do Jornal Midiamax foi o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL). Ele apresenta uma taxa de engajamento de 5,55%, um índice considerado “maior que a média” pela plataforma de análise.
A conta, com 214,2 mil seguidores, supera a média de 3,78% para perfis na mesma categoria de audiência. Rodolfo tem média de 11,6 mil curtidas e 1,2 mil comentários por publicação. Suas postagens concentram conteúdo conservador, com críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal e apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O perfil possui 4.603 postagens e segue 7,4 mil outras contas na rede social.
Já o deputado com o pior engajamento no Instagram é Beto Pereira (PSDB). O político, que apesar de ter o amparo da máquina tucana, o maior partido do Mato Grosso do Sul, fracassa ao não superar percentual de 0,28% de engajamento na plataforma. Com 39 mil seguidores, tem uma média de 212 curtidas e 21 comentários por postagem. O perfil possui 2.446 publicações e segue 6 mil outras contas na rede social.
O conteúdo do parlamentar mescla a rotina de Brasília, entrevistas e postagens de dia a dia, consideradas essenciais para humanização do perfil político. Entretanto, não são suficientes para aproximar o eleitorado sul-mato-grossense.
Veja os demais parlamentares:
Camila Jara (PT)
Com 212 mil seguidores, a deputada petista registra uma taxa de engajamento de 1,37%. A análise classifica o índice como “normal” para uma conta com esse volume de seguidores. As publicações no perfil apresentam uma média de 2,7 mil curtidas e 205 comentários. A conta, que possui 3.371 postagens. Os conteúdos da parlamentar explora assuntos do momento, rotina pessoal e reforça a divergência entre esquerda e direita.
Vander Loubet (PT)
O correligionário petista Vander Loubet vem na sequência, com taxa de engajamento de 1,25% no Instagram apresentando desempenho inferior à média para contas com um número semelhante de seguidores. Para perfis na faixa de 5 mil a 20 mil seguidores, a média de aderência é de 4,8%. A conta de Loubet, que possui 15,6 mil seguidores, registra uma média de 184 curtidas e 12 comentários por postagem. A programação de conteúdo é predominantemente institucional, destacando agendas, reuniões e a rotina em Brasília.
Marcos Pollon (PL)
O perfil do deputado Marcos Pollon (PL) é considerado de baixo engajamento, diante do percentual de 0,77%. O índice é classificado como “menor que a média” pela plataforma de análise, que aponta a média registrada em perfis semelhantes é de 3,78%. Com 318,4 mil seguidores, a conta de Pollon apresenta uma média de 2,4 mil curtidas e 76 comentários por publicação. O perfil possui 4.512 postagens e segue 3,3 mil outras contas na plataforma. Seus conteúdos exploram a divergência com a esquerda, as críticas a ministros do STF, além de reproduzir materiais de aliados como Eduardo Bolsonaro. Assim como o correligionário Rodolfo Nogueira, Pollon também explora cortes de notícias que reforcem narrativas defendidas por seu mandato.
Luiz Ovando (PL)
O perfil do deputado federal Luiz Ovando (PL) registra taxa de engajamento de 0,79%. A plataforma classifica o índice como “menor que a média”, considerando que contas similares registram média de engajamento em 5,1%. Com 83,1 mil seguidores, a página de Ovando apresenta uma média de 814 curtidas e 43 comentários por publicação. O perfil, que possui 4.653 postagens, com predominância para discursos e registros de agenda. A conta segue 1,4 mil outros perfis.
Dagoberto Nogueira (PSDB)
Dagoberto Nogueira (PSDB), por sua vez, conta com 16,1 mil seguidores, mas a taxa de engajamento é de apenas 0,41%. A plataforma de análise classifica o índice como “menor que a média”, visto que o patamar para contas com um número similar de seguidores é de 4,8%. A página registra uma média de 58 curtidas e 8 comentários por publicação. O perfil tem 4.707 posts e segue 4,4 mil outras contas na rede social. Os conteúdos do parlamentar destacam entregas, rotina em Brasília e agendas junto a aliados.
Geraldo Resende (PSDB)
O deputado Geraldo Resendo (PSDB) é outro que tem registrado engajamento abaixo da média, segundo a análise da ferramenta de monitoramento. Com 18,1 mil seguidores, a conta de Resende registra 0,32%, resultado de uma média de 493 curtidas e 12 comentários por postagem. O perfil possui 2.981 publicações e segue 3,7 mil outros usuários. Seus conteúdos exploram vídeos de agendas informando as entregas e articulações do parlamentar.
Vale pontuar que perfis como os de Geraldo Resende, Dagoberto e Beto Pereira registram pouco ou nenhum conteúdo de posicionamento ideológico.
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(Revisão: Bianca Iglesias)
