Prestes a embarcar para a missão diplomática nos Estados Unidos, a comissão formada pelos senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Tereza Cristina (PP-MS) e outros seis parlamentares já tem os primeiros compromissos firmados em solo americano.
Em entrevista na manhã desta quinta-feira (24), Trad confirmou que se reúne com a classe empresarial na segunda-feira (28) antes de visitar o congresso americano na terça-feira (29). “Com essa atitude, vamos fazer um gesto muito importante para que se abram portas, no sentido do governo brasileiro, que tem a prerrogativa de negociação, possa ir com agenda previamente organizada, estabelecer um canal de diálogo e promover a negociação”, afirma.
Nelsinho explicou que os senadores não têm o poder de negociar, mas que estavam indo para restabelecer a relação diplomática entre o Brasil e os EUA, abalada com o anúncio do ‘tarifaço’ de 50% do governo de Donald Trump. Os senadores embarcam nesta sexta-feira (25).
Encontro com empresários
Os encontros com associações e entidades que compram do Brasil no primeiro dia de missão acontecem na Embaixada brasileira nos Estados Unidos. “O nosso ponto de encontro tem que ser na nossa embaixada; não vai ser no McDonalds”, enfatizou o senador. Além disso, cinco parlamentares americanos já confirmaram agenda com os brasileiros.
Com Nelsinho na entrevista e integrante da comitiva brasileira, o senador Esperidião Amin (PP-SC) complementou que o objetivo é alinhar a diplomacia entre os países. “Ajeitar as relações da diplomacia parlamentar tem uma finalidade perene. A relação com EUA tem 200 anos e é lógico que as circunstâncias políticas estarão sempre presentes”, diz.
Silêncio sobre agenda
A comissão tem evitado comentar sobre a agenda por conta de ‘forças contrárias’ ao serviço de diplomacia. Sem citar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA, Trad diz que o grupo preferiu ‘guardar certo silêncio’.
“A gente entendeu que é melhor guardar certo silêncio nessa situação para não prejudicar tudo que está trabalhado, porque poderá haver forças contrárias nesse sentido e não podemos deixar isso ser contaminado”, explica o senador.
Nos EUA há meses, Eduardo debochou da comissão e ainda atacou os parlamentares que a integram, como a senadora Tereza Cristina — que foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
“Essa comissão foi aprovada no plenário do Senado; saiu de um regimento interno, tem prazo para ser cumprido, pode ser prorrogado. Essa situação [tarifas] vai perdurar; não vai terminar agora. Queremos é abrir caminho para o governo negociar”, rebate Trad.

Diálogo com senadores dos EUA
Durante a entrevista, o senador cita as negociações com os EUA para o uso da Base Militar de Alcântara, no Maranhão, como caso positivo. Um acordo com o país de Trump permite o uso comercial da base por empresas americanas.
“Eles vieram duas vezes atrás da gente. No âmbito parlamentar isso é visto como natural. Você exerce o diálogo com a contraparte, com respeito, equilíbrio e sensatez. Isso que estamos buscando”, afirma.
Além disso, Nelsinho disse que a comissão vai preparar para ouvir e discutir todas as questões referentes às medidas unilaterais propostas pelos EUA.
Prejuízos para MS
Nelsinho também citou a reunião que teve com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), de quem recebeu um relatório de impacto econômico por conta das medidas de Trump. No Estado, cinco frigoríficos já pararam de abater bovinos que seriam enviados ao país norte-americano.
No encontro estiveram presentes, a senadora Tereza Cristina, o secretário e Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, e o ex-senador Waldemir Moka, agora responsável pelo Escritório de Representações do Governo de MS em Brasília.
“O que está em discussão nesse momento é esse complexo aumento repentino referente aos produtos brasileiros. As perspectivas aqui [em Mato Grosso do Sul] são muito ruins”, conta.
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