O prefeito em exercício de Terenos, Dr. Arlindo Landolfi Filho (Republicanos), que há 20 dias assumiu o comando do município após o titular Henrique Budke (PSDB) ser preso na Operação Spotless, suspendeu todos os contratos e pagamentos direcionados às empresas citadas na investigação, exonerou servidores de confiança e assumiu serviços públicos.
Ao Jornal Midiamax, o gestor interino, que é médico, evita falar sobre o futuro da administração municipal após a determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que livrou da cadeira Budke e mais 15 alvos da operação após mais de 20 dias de detenção em presídio na Capital. Entretanto, Arlindo fala das medidas de crise e delinea plano para restaurar a credibilidade da administração enquanto estiver no comando da cidade, cuja população foi estimada em 18.182 habitantes.
Nomeado para assumir o posto de tucano, suspeito de liderar um esquema de desviou mais de R$ 15 milhões em fraudes de licitação no setor de obras, Arlindo fez um balanço das medidas adotadas nos primeiros dias de mandato à frente da chefia do Executivo.
Como primeira medida de impacto, a prefeitura paralisou qualquer repasse às empresas investigadas e assumiu diretamente a execução de serviços essenciais que foram afetados, como a limpeza urbana, a operação tapa-buracos e a sinalização horizontal de vias.
Para outros setores, como o fornecimento de internet para escolas e postos de saúde, a administração realizou contratos emergenciais para evitar a descontinuidade.
Ele ainda exonerou servidores ocupantes de cargos considerados de confiança na administração pública, como o procurador-geral do Município Felipe Barbosa da Silva, que pediu demissão para cuidar de problemas pessoais, e o secretário municipal de Administração Maicon Bezerra Nonato, este investigado por suposto envolvimento no esquema alvo da Operação Spotless.
Internamente, Arlindo remanejou servidores e dirigentes de pastas, alterando a estrutura de confiança anteriormente construída pelo mandatário titular.
“Com servidores foram feitas mudanças, mas por questão técnica, sem perseguições”, explicou.
Questionado sobre expectativas para o futuro da administração da cidade, Arlindo trata o assunto com cautela, evita avaliar a situação do titular com quem dividiu palanque em 2024 e diz confiar na Justiça para cumprir o papel de definir os próximos capítulos da história de Terenos.
“Eu acredito muito na justiça, confio na justiça (…) mas hoje a minha preocupação maior é gerir o município. Não tenho me preocupado muito em relação a essas coisas, porque essas coisas eu deixo pra justiça, pra justiça estar resolvendo, definindo,” declarou.
Além da carreira médica dedicada aos plantões no SUS (Sistema Único de Saúde), que foi comprometida com a posse no comando da cidade, Arlindo disse ter experiência como microempresário, comparando a prefeitura a “uma empresa bem maior”, cujo objetivo é “fazer valer os impostos que as pessoas pagam” e restaurar o orgulho dos servidores.
“Hoje a gente não tá com uma imagem muito legal, mas eu pretendo mudar isso devagarinho, não sei até quando também, vai depender da justiça”, destacou.
O plano de governo imediato inclui a retomada e entrega de obras que estão em fase final e não possuem ligação com as empresas investigadas, como uma escola, postos de saúde, o hospital municipal e um ginásio de esportes, estes últimos em parceria com o governo estadual.
Para garantir recursos, o gestor tem buscado emendas com a bancada federal, senadores e deputados estaduais.
Reforçando o estilo de “gestão humanizada”, o prefeito em exercício informou que tem percorrido a cidade e os assentamentos e que, nos próximos dias, pretende despachar por um período diretamente de uma das comunidades rurais.
Enquanto isso, Henrique Budke segue afastado por determinação da Justiça, monitorado por tornozeleira eletrônica e impedido de acessar repartições da administração municipal. Ele obteve benefício de conversão da prisão preventiva em medida cautelar na noite de sexta-feira, 03/10.
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