Projeto que autoriza Bíblia Sagrada nas escolas de MS gera discussão entre deputados
Projeto foi aprovado pelos parlamentares por 18 votos a 1 e segue para sanção do governo
Fábio Oruê –
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Projeto que autoriza a disponibilização de exemplares da Bíblia Sagrada nas escolas de Mato Grosso do Sul foi aprovado na Alems (Assembleia Legislativa de MS), na última sessão de 2024, nesta quinta-feira (12), com direito a discussão por política e religião entre os parlamentares.
O projeto, de autoria do deputado Antônio Vaz (Republicanos) prevê que a bíblia poderá ser doada por pessoas físicas e jurídicas no Estado e precisam estar em local visível e de fácil acesso de alunos, professores e demais usuários.
Antes da votação, o projeto gerou discussão entre Vaz, a deputada Gleice Jane ( PT) e do deputado Pedro Kemp (PT). Jane declarou seu voto contrário ao projeto, pois, apesar de ter caráter autorizativo, autoriza apenas o símbolo de uma religião, a cristã.
Ao defender o PL, Vaz disse que as escolas estão uma “podridão”. “Se os nossos alunos; nossas crianças fossem criadas lendo a palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, eu tenho certeza que as escolas estariam muito melhores; não estaria essa podridão que está as escolas”, opina o parlamentar.
O deputado do Republicanos ainda disse que “muitos não querem que as salas de aula sejam filmadas porque querem introduzir nas escolas”, mas não informou claramente o que se tratava e nem quem. Gleice Jane respondeu que Vaz havia culpado professores pela “podridão” nas escolas e que acha a acusação grave.
“Achei bastante grave a acusação de dizer que os professores são responsáveis por ‘podridão’ nas escolas e que a bíblia seria a grande salvação das violências. E lembrar que nós temos vários crimes dentro das igrejas, que inclusive são responsáveis pela leitura da bíblia. Nós temos várias situações que envolvem religioso e pedofilia e vários outros crimes também”, afirma a deputada do PT.
Vaz respondeu Jane negando que tinha culpado professores pela “podridão” e que em todo lugar há pessoas boas e ruins, incluindo dentro das ideologias políticas, como a direita e esquerda.
“Tem muita coisa podre que a esquerda tem feito na escola, que nós aceitamos e ficamos calados. Querem colocar na criança, que tem 8 anos de idade, no momento de aprendizagem e eles colocam na mentalidade da criança o socialismo e é por isso que esse país está destruído”, diz.
Neste momento, Kemp se manifestou contra o início de uma discussão ideológica e que a fala não é verdade. “E tem evangélico botando fogo na casa de reza dos indígenas. Isso é crime”, diz o petista.
No total, 18 deputados votaram a favor do projeto. Apenas Gleice votou contra e o deputado Zeca do PT (PT) se absteve.
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