Com o centro tomado por cabos eleitorais dos sete candidatos à prefeitura de Dourados, na rua Cuiabá, que durante muitos anos abrigou a Feira Central, entre um café e outro, eleitores e políticos se reúnem na ‘padaria do fuxico’. Em cada mesa o assunto é um só: as eleições de domingo (6).
Independente das tendências ideológicas, o cardápio antes do dia decisivo são os rumos políticos da maior cidade do interior de Mato Grosso Sul. “Aqui é sempre um termômetro das discussões sobre o que vai acontecer depois de domingo”, comenta o ex-prefeito Braz Mello que não disputa nenhum cargo na corrida eleitoral deste ano.
Em conversa com a reportagem Jornal Midiamax, outro político experiente da cidade dá o ar de graças, sem a preocupação do estresse que geralmente atinge que está em busca de votos. ” Vim aqui conversar com amigos e acompanhar os bastidores das discussões políticas”, avalia Murilo Zauith, que também não estará sob o crivo das urnas.
“Ao longo da campanha passaram por aqui quase todos os postulantes ao cargo de prefeito e também a uma vaga na Câmara. O que importam são as reflexões filosóficas que o debate democrático produz, pondera o empresário Everaldo Leite.
O proprietário da padaria ouve os argumentos de cada político e frequentadores comuns do ambiente. “O melhor de tudo é que nesta caixa de ressonância, quem sai ganhando é a democracia, que fica ainda mais fortalecida”, conclui Everaldo.
Com ouvidos atentos um eleitor filtra os discursos políticos para tirar suas próprias conclusões. “Tem hora que isso aqui parece uma Torre de Babel. Mas embora alguns falem línguas diferentes, no final das contas, todo mundo acaba se entendendo”, diz o observador atento, entre uma mordida no pão com manteiga e um gole de café.
