Mulheres na política: MS vai na contramão de aumento nacional e mantém média nas prefeituras em 8 anos
O número de vice-prefeitas eleitas em cidades de Mato Grosso do Sul se manteve o mesmo nas eleições de 2016 e 2020
Mariane Chianezi –
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A participação das mulheres na política tem crescido a cada ano e isso tem se refletido nas urnas nas últimas eleições no país. Recente levantamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostrou que o número de candidatas a cargos públicos cresceu no Brasil, com destaque aos cargos de vice-prefeitas.
Conforme o levantamento, o número de eleitas para o posto também aumentou no país. A quantidade de mulheres que se tornaram vice-prefeitas chegou a 834 em 2016. Em 2020, saltou para 927, um aumento de 11%. Mato Grosso do Sul, no entanto, foi na contramão das estatísticas e manteve a média de vice-prefeitas eleitas nas Eleições de 2016 e 2020: 14 no total.
Comparando as Eleições Municipais de 2016 e 2020, a participação das mulheres em chapas eleitas teve pouca diferença. Em 2016, foram 21 chapas eleitas, com mulheres se elegendo prefeitas ou vice-prefeitas. Em 2020, foram 19 chapas que tiveram mulheres ocupantes nos cargos de chefe do Executivo ou na cadeira de vice.
Em Campo Grande, por exemplo, a então prefeita Adriane Lopes (PP) iniciou no paço municipal em 2016, se reelegendo vice-prefeita em 2020. Em 2022, a progressista assumiu o cargo de prefeita após renúncia do então prefeito Marquinhos Trad (PSD).
Já em Sidrolândia, nas eleições de 2016 e 2020, nenhuma chapa composta por mulheres se elegeu, porém, em 2021, em uma eleição suplementar, Vanda Camilo (PP), foi eleita prefeita após o então eleito, Daltro Fiuza, ter mandato impugnado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Zenaide Espíndola (MDB) assumiu o mandato de prefeita em Laguna Carapã em dezembro de 2023 após a morte do prefeito Ademar Dalbosco (PSDB). No ano de 2016, inclusive, uma cidade de Mato Grosso do Sul elegeu chapa composta por mulheres para prefeita e vice-prefeita.
Confira as cidades onde mulheres foram eleitas prefeitas ou vice-prefeitas nas eleições de 2016 e 2020:
Candidaturas femininas
Ainda segundo os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) parcela de candidaturas de mulheres ao cargo de vice-prefeita cresceu 21% na comparação entre as eleições de 2016 e o pleito de 2020. A informação é do Portal de Dados Abertos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e representa mais do que o dobro do aumento de participação feminina registrado na disputa para prefeitura e câmaras municipais juntas, de 4 e 6 pontos percentuais, respectivamente.
Em 2020, foram 3.985 mulheres na corrida a vice-prefeitura, o que corresponde a 21,2% do total das candidaturas femininas registradas naquele ano. Nas eleições municipais anteriores, em 2016, 2.867 mulheres disputaram a vice-prefeitura, 17,5% do total de candidaturas de mulheres naquele pleito.
Chapas
Os dados da Justiça Eleitoral mostram que as chapas formadas somente por mulheres (concorrendo a prefeitura e a vice-prefeitura juntas) correspondem a pouco mais de 2% do total de chapas registradas. Nas últimas eleições municipais, as chapas em que as mulheres assumiram a disputa para prefeitura, mas com um homem como vice, corresponderam a 11% do total. Foram 2.140 candidaturas nessa situação no Brasil.
Já quando a figura masculina assume a cabeça de chapa, esse número aumenta. Foram 3.590 candidatos homens com mulheres candidatas a vice, 18% do total de chapas em disputa no pleito. Dentre o total de candidaturas, 67% são chapas compostas somente por homens.
O número de vitórias também é maior para as chapas com homens na disputa pela chefia da prefeitura e mulher como vice. Esse perfil de chapa corresponde 15% das candidaturas eleitas. As chapas compostas apenas por homens representaram 73% das vitórias.
No total, foram eleitas, em 2020, 651 prefeitas (12,1%), contra 4.750 prefeitos (87,9%). Para as câmaras municipais, foram eleitas 9.196 vereadoras (16%), contra 48.265 vereadores (84%).
Foto de capa: Rovena Rosa/Agência Brasil
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