Claudinho Serra assumiu vaga de vereador que coordena campanha do pré-candidato à prefeitura de Campo Grande Beto Pereira

O vereador de Campo Grande foi secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia e é genro da prefeita Vanda Camilo

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Os vereadores Claudinho Serra e Ademir Santana (Divulgação)

Há menos de um mês, o vereador Claudinho Serra (PSDB), preso nesta quarta-feira (3) durante a terceira fase da Operação Tromper, assumiu a vaga do vereador Ademir Santana em Campo Grande. O parlamentar deixou a vaga para coordenar a campanha do pré-candidato do grupo de Claudinho Serra, o deputado federal Beto Pereira, que quer concorrer à prefeitura da Capital.

Antes de assumir a vaga de Santana, Serra já estava no cargo também por um acordo político, após o vereador João Rocha (PP) deixar a Câmara para ser secretário de Governo de Adriane Lopes (PP). No entanto, Rocha voltou para o mandato e Serra se manteve no cargo após a saída de Santana.

Na prática, Santana deixou a vaga para que Claudinho Serra (PSDB) não ficasse sem mandato. O vereador é genro da prefeita de Sidrolândia Vanda Camilo (PP), e atuou na gestão dela como como secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica até assumir vaga de vereador em Campo Grande.

Vereador preso

O vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB) foi preso nesta quarta-feira (3) após mandado de prisão autorizado pela Justiça por suspeitas de esquema de corrupção, durante a terceira fase da Operação Tromper. Não foi encontrada arma durante busca e apreensão na casa do vereador, em um condomínio da Capital.

Ele é um dos oito alvos de prisão da operação, comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Polícia Militar, que apura corrupção na prefeitura de Sidrolândia.

São cumpridos também 28 mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção em contratos de asfalto, segundo divulgou o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul).

A investigação, tocada pela 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Sidrolândia, ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, além da assessoria militar do MPMS.

Operação Tromper

Nas duas primeiras fases da Operação Tromper, os agentes investigaram corrupção na prefeitura de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Durante as investigações, foi descoberto, segundo o Gecoc, conluio entre empresas que participaram de licitações e firmaram contratos com a Prefeitura de Sidrolândia, que somados chegam a valores milionários.

Ainda segundo as apurações, também foi investigada a existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e desvio de dinheiro público, bem como o pagamento de propina a agentes públicos, inclusive em troca do compartilhamento de informações privilegiadas da administração pública.

O vereador Claudinho Serra é genro da prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).

A reportagem tentou contato com o vereador Claudinho Serra, por telefone, e nenhuma ligação foi atendida. A prefeita Vanda também não atendeu as ligações.

O presidente da Câmara de Campo Grande, Carlão (PSB), disse à reportagem que soube há pouco da operação e ainda não sabe o conteúdo da ação do Gecoc.

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